Esta sexta-feira, no Cine-Teatro Paraíso
No primeiro concerto do ano no Cine-Teatro Paraíso, a sala de espectáculos tomarense abre as suas portas sexta-feira, dia 19 de Janeiro, a partir das 21.30 horas, para ver e ouvir os Blind Zero numa apresentação acústica.
Os bilhetes custam 10 euros e estão à venda na Loja de Cultura do Cine-Teatro.
É a seguinte a apresentação oficial do novo disco da banda:
Cinco álbuns depois, os Blind Zero decidiram abrir definitivamente as portas e deixar entrar a luz. De forma despretensiosa, sem reservas, como que absorvendo simultaneamente a claridade criativa que sopra do exterior e a luminosidade que emana de um colectivo assumidamente virado para uma nova etapa. The night before and a new day carrega em si mesmo um brilho indisfarçável, cuja intensidade pode ser instantaneamente calculada através do contacto com a cadência progressiva de Shine On, o primeiro single extraído do novo álbum. Um fragmento apenas, é certo, mas que concentra o espírito libertário que faseadamente se vai desprendendo do mais recente registo da banda.
Afirmar que o novo disco é um grito de definitiva ruptura com o passado significa reduzi-lo à expressão mínima. Porque o legado obsessivo de A way to bleed you lover subsiste timidamente em alguns temas; porque a veia medicinal de One Silent Accident foi metodicamente redireccionada; porque à energia desgarrada de Redcoast foi adicionado um contraponto melódico; ainda que todas estas nuances sirvam, em última análise, somente para justificar uma atitude de reconhecida transição. The night before and a new day conserva resquícios da intensidade relacional e do precipício psicológico de outras eras, mas aponta o caminho da redenção, da liberdade, da luz.
É precisamente esse percurso gradual, em crescendo, que somos convidados a trilhar. À medida que o disco avança, à medida que os temas vão ficando para trás, somos arrancados à vertigem bloqueadora da escuridão e conduzidos à tona. O ar renova-se a cada faixa, o desejo rompe o compromisso e uma aura pacificadora emerge, na esperança de que o dia seguinte extinga as manchas do anterior.
Tudo começa com a ilusão incendiária de Gasoline Boy, que se estende posteriormente à despedida cicatrizante de Shine On, ao cruzamento efémero da amargura e da alegria em Day 1 e ao ritmo sincopado da submissão em Perfect Skin. A viagem prossegue com a marca pueril dos espinhos em Black Rose, o ritmo febril de Prudence, one love, my redemption, o futuro contagiante anunciado em Tomorrow is a Promise e o caldeirão de sons crus onde se cozinha Pressure. Com a resistência hipnótica de Turn it On e o revisitar de “Paris, Texas”, de Wim Wenders, embalado nos acordes de Super 8, abre-se o último capítulo, vivido ao som do alerta automático de I am Aware e da presença inspiradora de Absent without Permission. A fechar o álbum, o perfil enebriante e minimalista de Palace of Amusements deixa-nos à mercê do tão propalado novo dia.
Não é este o ponto em que se fecha o círculo, mas antes o momento em que se redefinem perspectivas, em que se reinterpretam os acontecimentos, em que se expandem horizontes.
Com The night before and a new day os Blind Zero não completam uma fase, desbravam caminho sem receio de mergulhar no desconhecido.
No primeiro concerto do ano no Cine-Teatro Paraíso, a sala de espectáculos tomarense abre as suas portas sexta-feira, dia 19 de Janeiro, a partir das 21.30 horas, para ver e ouvir os Blind Zero numa apresentação acústica.
Os bilhetes custam 10 euros e estão à venda na Loja de Cultura do Cine-Teatro.
É a seguinte a apresentação oficial do novo disco da banda:
Cinco álbuns depois, os Blind Zero decidiram abrir definitivamente as portas e deixar entrar a luz. De forma despretensiosa, sem reservas, como que absorvendo simultaneamente a claridade criativa que sopra do exterior e a luminosidade que emana de um colectivo assumidamente virado para uma nova etapa. The night before and a new day carrega em si mesmo um brilho indisfarçável, cuja intensidade pode ser instantaneamente calculada através do contacto com a cadência progressiva de Shine On, o primeiro single extraído do novo álbum. Um fragmento apenas, é certo, mas que concentra o espírito libertário que faseadamente se vai desprendendo do mais recente registo da banda.
Afirmar que o novo disco é um grito de definitiva ruptura com o passado significa reduzi-lo à expressão mínima. Porque o legado obsessivo de A way to bleed you lover subsiste timidamente em alguns temas; porque a veia medicinal de One Silent Accident foi metodicamente redireccionada; porque à energia desgarrada de Redcoast foi adicionado um contraponto melódico; ainda que todas estas nuances sirvam, em última análise, somente para justificar uma atitude de reconhecida transição. The night before and a new day conserva resquícios da intensidade relacional e do precipício psicológico de outras eras, mas aponta o caminho da redenção, da liberdade, da luz.
É precisamente esse percurso gradual, em crescendo, que somos convidados a trilhar. À medida que o disco avança, à medida que os temas vão ficando para trás, somos arrancados à vertigem bloqueadora da escuridão e conduzidos à tona. O ar renova-se a cada faixa, o desejo rompe o compromisso e uma aura pacificadora emerge, na esperança de que o dia seguinte extinga as manchas do anterior.
Tudo começa com a ilusão incendiária de Gasoline Boy, que se estende posteriormente à despedida cicatrizante de Shine On, ao cruzamento efémero da amargura e da alegria em Day 1 e ao ritmo sincopado da submissão em Perfect Skin. A viagem prossegue com a marca pueril dos espinhos em Black Rose, o ritmo febril de Prudence, one love, my redemption, o futuro contagiante anunciado em Tomorrow is a Promise e o caldeirão de sons crus onde se cozinha Pressure. Com a resistência hipnótica de Turn it On e o revisitar de “Paris, Texas”, de Wim Wenders, embalado nos acordes de Super 8, abre-se o último capítulo, vivido ao som do alerta automático de I am Aware e da presença inspiradora de Absent without Permission. A fechar o álbum, o perfil enebriante e minimalista de Palace of Amusements deixa-nos à mercê do tão propalado novo dia.
Não é este o ponto em que se fecha o círculo, mas antes o momento em que se redefinem perspectivas, em que se reinterpretam os acontecimentos, em que se expandem horizontes.
Com The night before and a new day os Blind Zero não completam uma fase, desbravam caminho sem receio de mergulhar no desconhecido.
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