A pretexto,
boas favas servidas com boa prosa, vamos recordar o que Escreveu Eça de Queiroz
sobre as favas, no seu romance “A cidade e as serras”
“Só que, agora, chega um caldo de galinha que
rescendia; tinha fígado e tinha moela. E, logo, Jacinto, surpreendido, iria
exclamar: «Está bom!». Mas a grande surpresa viria a seguir, como conta Zé
Fernandes: «E (Jacinto) já espreitava a porta, esperando a portadora dos
pitéus, a rija moça de peitos trementes, que enfim surgiu, mais esbraseada,
abalando o sobrado - e pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz
com favas. Que desconsolo! Jacinto em Paris sempre abominara favas!... Tentou
todavia uma garfada tímida - e de novo aqueles seus olhos, que o pessimismo
enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com
uma lentidão de frade que se regala... Depois um brado: - Óptimo!... Ah, destas
favas, sim! Oh que fava! Que delícia! E por esta santa gula louvava a serra, a
arte perfeita das mulheres palreiras que em baixo remexiam as panelas, o
Melchior que presidia ao bródio…
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