''José de Almeida Negreiros faleceu no dia 15 de junho de 1970, com setenta e sete anos de idade e cinquenta e nove de atividade pública - como desenhador, pintor, vitralista, autor de tapeçarias, gravador, poeta, romancista, novelista, dramaturgo, conferencista, decorador teatral, coreógrafo, bailarino, ator de cinema. Foi a figura mais multiforme da vida artística e intelectual portuguesa do longo período durante o qual atuou - e, com os seus amigos Fernando Pessoa, Sá-Carneiro e Amadeo de Souza-Cardoso, um dos grandes nomes da ''primeira geração'' do Modernismo nacional. Fundamentalmente interessado numa mítica da Nação, durante os últimos vinte e cinco anos da sua vida, se não desde sempre, dedicou-se a uma teoria que visava a integrar as mais significativas criações artísticas portuguesas numa antiquíssima linha da cultura ocidental. Fê-lo como poeta e nunca como erudito - e é essa ação poética que finalmente o define, desde os tempos do ''Orpheu'' até à realização da composição ''Começar'', sua última obra e seu testamento espiritual, que, inaugurada em outubro de 1969, ficou no átrio da Fundação Calouste Gulbenkian.''
in Colóquio : revista de artes e letras, outubro 1970, nº 60
A partir
desta ligação pode explorar o painel ''Começar'' com explicação de cada elemento que o compõe.
