No primeiro trimestre do próximo ano saber-se-á onde irá passar
No mesmo dia em que os vários presidentes de Câmara e três governadores civis reuniam na Lousã para dar o “empurrão” para o avanço do IC3 de Tomar a Coimbra, recebia a Junta de Alviobeira pelas mãos do adjunto do governador civil de Santarém a decisão do seu traçado nesta freguesia e a boa notícia que não ia passar entre a Igreja de Alviobeira e o Freixo, ou seja, muito próximo do cemitério, como em tempos se alvitrou e contestou, mas sim pelas curvas de Alviobeira, ou seja a nascente do lugar de Alviobeira.
Nunca mais acertamos com o traçado certo e se um era mau, este também não é nada bom; pois o prolongamento do IC3, que obrigatoriamente tem que ser feito e passar nesta freguesia, só tem um traçado que não prejudica ninguém e dá menos despesa que é o seu seguimento natural, a poente da EN 110, entre o Freixo e os Calvinos, traçado esse que o PDM de Tomar há mais de 20 anos reserva e que em 2000 por artes mágicas foi imposto como zona pertencente à REDE NATURA 2000.
Em toda esta história de hipotéticos traçados dá a ideia que estamos a ser enganados por autarcas e gente que quer decidir à força, sem perceber nada de estradas e que só tem estragado o terreno desta freguesia, encarecendo as obras; pois basta por os olhos na Derivante para Ferreira do Zêzere, que até uma moradia teve que levar na sua frente.
Vejamos pelas notícias que nos chegam.
Segundo o governador civil de Coimbra, anfitrião desta reunião uma das hipóteses é a estrada passar a poente da localidade de Alvaiázere (Leiria) e depois a nascente de Coimbra, ligando Tomar, pelo interior centro, ao IP3 (a norte de Coimbra, em Souselas) frisando que cumpre à Estradas de Portugal decidir o traçado final, Henrique Fernandes elogiou a "grande disponibilidade" manifestada pela empresa em aceder ao "desafio" lançado pelos governos civis na realização das reuniões conjuntas. Ainda bem.
Ou seja se o IC3 passar a ponte de Alvaiázere, servindo e bem este concelho e tirando-o do isolamento, já poderá utilizar algum espaço da REDE NATURA 2000 Sicó- Alvaiázere e não se percebe por que não pode utilizar 3 kilómetros desta mal definida REDE NATURA entre o nó de Alviobeira e as Calçadas/ Areias.
Mas qual é o problema de a estrada vir a ser definida a nascente de Alviobeira?
1- Obriga que se tenha que fazer novo nó no IC3 entre o nó de Alviobeira e a zona das Olas
2- Vai retalhar espaço de aptidão agrícola e urbanizável na freguesia de Casais ( lugares de Torre e Assamassa)
3- Vai ter que passar por debaixo da Variante da EN 238 para Ferreira do Zêzere
4- Vai sacrificar mais os moradores de Manobra que estão a ficar sufocados por novas estradas, e a verem as casas que construíram legalmente a ficar com cada vez menos espaço circundante
5- Vai utilizar o pinhal Curvas de Alviobeira/Saibreira e ser feita num caro túnel de 300 metros pela zona da Valada, túnel esse que vai interferir com o meio ambiente, linhas de água ( nascentes) e de manutenção cara e que não se justifica, quando a poente da EN 110- os Carrasqueiros do Vale das Casinhas - a orografia é quase plana, e só necessita de ponte/viaduto, muito mais prática e barata que os túneis.
6- Vai desenvolver-se para norte através do vale do Touco em zonas agrícolas, algumas vinhas (Casal da Costa) e pelo poente do Touco (uma da soluções das duas apontadas) em zona agrícola e leito de águas (ribeira de Pias/Ceras); a ser assim a melhor solução será por detrás do cemitério de Pias, mas cabe às gentes da zona e autarcas manifestar as suas opiniões.
7- Vai impedir que se venha a urbanizar a Quinta da Ronfeira (pela passagem do IC3 com 4 vias) e o espaço que vai de Alviobeira ao Touco, espaço esse que começa a ser escasso numa freguesia pequena e a caminhar para a desertificação.
Nenhum destes problemas se coloca com a passagem do IC3 a poente da EN 110, pois esta zona de carrasqueiros, não possibilita a urbanização, e é a distância mais curta e mais directa da saída do nó existente ( Manobra/Alviobeira) com Alvaiázere, evitando mais um caro nó e evitando que o IC3 se venha a transformar numa via de curvas e curvinhas que flete para nascente, vira a poente, sem nexo ou pensada em termos de planeamento futuro.
Já não serve Ferreira do Zêzere e também já não é necessário, se bem que em Areias/Pias pode um dia vir a ter ligação à vila.
Aliás falta de planeamento foi coisa que sempre abundou por parte dos autarcas em apresentarem soluções para as vias estruturantes a norte de Tomar, senão ter-se-ia logo pedido este troço do IC3 entre o Moinho Novo e Alviobeira com 4 vias, o que agora se reclama e que se faz já bandeira eleitoralista e a derivante de Ferreira teria partido pelo prolongamento a partir do nó do IC9/IC3 no Algás para nascente, pela zona da Igreja Nova e servindo capazmente a vila de Ferreira do Zêzere, já que a derivante da EN 238 é uma estradita um pouco mais rápida e sem curvas que a velha EN238 e que só veio complicar a vida aos moradores de Manobra, quando havia locais onde melhor se poderia ter implantado e Ferreira merecia uma melhor e mais directa via e não uma derivante que já está a ficar saturada e que num futuro próximo será preciso alargar.
O futuro traçado do IC3, entre Tomar e Coimbra, será conhecido no final do primeiro trimestre de 2007, estando em estudo as duas soluções apresentadas aos governos civis dos três distritos atravessados pela via. Que a população da freguesia de Alviobeira saiba organizar-se ( o que duvido, pois todos vêm depois chorar e reclamar quando na hora certa não se sabe sacrificar o nosso tempo para juntos, irmos aos sítios certos como se fez em tempos e não aceitar de ânimo leve, soluções apresentadas por presidentes de Câmaras ou outros autarcas que não estão mandatados em opinar àcerca da vontade das pessoas) e juntamente com os autarcas, aí sim apresentar à Estradas de Portugal e ao Ministério das Obras Públicas que o prolongamento do IC3 para norte se deve fazer sem demora, mas que custe o que custar, pelo interesse nacional e da vida das pessoas, pisar a que apelidaram de REDE NATURA, pois outra qualquer solução é má, muito má para todos nós.
O estudo prévio da solução final deverá ser apresentada pela Estradas de Portugal no final do primeiro trimestre de 2007, seguindo-se o envio para Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) no Instituto do Ambiente, a qual deverá estar concluída até final do próximo ano. Já as fases seguintes do processo (calendarização do projecto e da respectiva obra) não possuem ainda data definida.
Que não se planeie em gabinetes por cima de mapas, mas que se venha ao terreno ( o adjunto do governador civil prometeu vir com os autarcas de Alviobeira em Janeiro aos locais ver o que acima exponho) já que a minha não concordância como cidadão e autarca não parte de animosidade alguma para com esta estrada, nem com as ideias apresentadas, nem com a defesa de terrenos próprios, mas sim por ser a maneira mais económica e menos prejudicial de continuar com o traçado de uma via que anteriores governos apontaram, de não vir a roubar terrenos melhores em detrimento de terrenos pedregosos, de dar cabo da qualidade de vida, de recursos naturais, de zonas de caça e que só uma mal delimitação e abusiva zona de REDE NATURA veio criar entraves, mas ao que parece só aqui no concelho de Tomar, pois em Alvaiázere defende-se e bem que a via até passe a ponte da Vila, ou seja entre Alvaiázere e o sopé da Serra.
Não se tem construído e não estão a construir novas estradas em Zonas de Rede Natura? Claro que sim!
Será legítimo vir a ter que optar por um túnel, qual Serra da Gardunha, com todos os problemas de construção, manutenção, perigo e impedimentos de ser atravessado por algumas classes de veículos, quando se pode fazer a continuação do IC3, sem problemas, com menos indemnizações, e não utilizando mais de 500 metros de largura por 3 Km de extensão numa zona que chamam de REDE NATURA, mas que para os meus parcos conhecimentos da importância das espécies vegetais raras, só tem vulgares carrasqueiros e mato que arde ano sim ano não.
Recorde-se que na recente discussão pública do Plano Sectorial da Rede Natura, apesar de não estar em discussão alteração de delimitação de zona, foi a freguesia de Alviobeira, juntamente com autarcas de Ferreira convidados, a única, que apresentou a sua ideia e posição que era urgente redefinir a delimitação da REDE NATURA que jamais pode ser pelo limite da EN110, mas sim pelo Vale da Ribeira de Ceras/ Chão das Eiras de forma a permitir a passagem do IC3 para Norte ou a construção de habitações que permitissem ligar o Freixo com os Calvinos e Chão das Eiras, pois não é lógico que com estas imposições se mate o desenvolvimento das nossas terras, não deixando fazer nada, neste vasto espaço e se venha a roubar outro espaço pelo ocupação com o IC3. Por isso quando António Paiva presidente da Câmara de Tomar se refere no último jornal que o traçado do IC3 a nascente de Alviobeira é uma aspiração da vontade das gentes de Alviobeira e Areias e autarcas, deve estar equivocado, e já devia saber que se a solução junto à Igreja de Alviobeira era má, esta não é boa e que só a dos carrasqueiros é excelente e lógica!
António Freitas
10 comentários:
Com a devida vénia à opinião pessoal que o Sr.Presidente da Assembleia de Freguesia de Alviobeira manifestou aqui, permitam-me esclarecer no que ao nosso Distrito (Santarém) diz respeito, algumas das dúvidas suscitadas:
- Quer a solução 1, quer a solução 2, têm um troço comum logo no seu início, antes do actual nó de ligação à Variante para Ferreira do Zêzere, que se desenvolve até cerca de 1,5 Km a Norte da localidade de Alviobeira;
- Convém esclarecer também que estamos a falar da primeira versão de um "Estudo Prévio" e não de qualquer decisão final, em relação a qualquer traçado;
- A solução 1, após o túnel sob as actuais curvas entre a Manobra e a Portela da Nexebra, que terá cerca de 300 metros, seguiria em direccção a Pias e aos Cabaços pelas vertentes Este do vale das Ribeiras de Ceras/Pias;
- A solução 2, que foi a mais consensual entre os Presidentes de Câmara, após o Túnel já referido passa um pouco a Oeste do Touco (Concelho de Tomar) e segue um anterior traçado já estudado em tempos, pelas vertentes Oeste do vale das Ribeiras de Ceras/Pias até perto do Rego da Murta (Alvaiázere), tendo junto ao Casal do Ferro um nó com a actual N110 e uma variante para a sede de Freguesia de Areias;
- A solução encontrada responde aos anseios das populações das Freguesias de Alviobeira e Areias, pelo reduzido impacto que causará nos respectivos parques habitacionais edificados e ocupados;
- Todas as anteriores soluções estudadas, que recorde-se previam quer o atravessamento da Rede Natura 2000, entre o Freixo e o Chão das Eiras, quer a outra mirabulante solução de atravessar a Sede de Freguesia de Alviobeira, foram definitivamente abandonadas;
- Por volta do mês de Abril de 2007, existirão já as cartas 1/5000 com a implantação definitiva, que posteriormente serão apresentadas aos Srs. Presidentes de Câmara dos Distritos de Santarém, Leiria e Coimbra, antes de serem definitivamente remetidos para o Instituto do Ambiente para o respectivo EIA (Estudo de Impacte Ambiental).
Convém esclarecer ainda, que o atravessamento da área abrangida pela Rede Natura 2000, colocaria dificuldades acrescidads na avaliação do Estudo de Impacte Ambiental, o que é sempre uma situação a evitar.
Sou de opinião que a marcação da Rede Natura 2000, na área que se desenvolve no troço Norte do Concelho de Tomar e numa faixa de 100-300 metros a Oeste da actual N110 está efectivamente "errado", não sendo no entanto possível fazer neste momento a sua "desafectação" dessa condicionante.
De salientar que o método usado pelos Governos Civis de Santarém, Leiria e Coimbra, visou sentar à mesma Mesa todos os intervenientes no Processo, sejam as Câmaras Municiapis, cujos territórios seriam afectados, o Instituto de Estradas e o Instituto de Conservação da Natureza, favorecendo a consensualização das soluções, reduzindo o tempo de tal processo - que demoraria alguns anos. Foi assim possível chegar a uma versão consensual em escassos meses. Tal método virá, muito provavelmente a ser seguido noutros traçados de vias do Plano Rodoviário 2000, que ainda se não encontram definidos.
O esforço colocado ao longo dos anos pelos diferentes autarcas de Alviobeira, das Areias, de Tomar e de Ferreira, bem como no decurso dos últimos meses dos Governadores Civis de Santarém, Leiria e Coimbra, visa não deixar "perpetuar indefinidamente" esta importante obra para as populações de uma vasta área territorial do País com o PIB per capita muito abaixo da média Nacional.
Todos sabemos a importência das acessibilidades como factor indutor do desenvolvimento humano.
Não podemos é esquecer que tal deverá ser feito num contexto de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - aquele que alia o desenvolvimento económico, ao social e ambiental, facto que está a acontecer desta vez e em relação a este traçado do IC3.
O esforço colocado por todos os intervenientes é meritório, correcto e visa reduzir ao mínimo os impactos sobre as populações e ambiente na área considerada.
Este é o trabalho que se espera dos titulares dos órgãos de soberania, assim as populações colaborem também, como foi o caso dos autarcas de Alviobeira e Areias ao longo dos anos, para o encontrar das soluções mais equilibradas.
Luis Ferreira
FALA QUEM SABE!!!
Nas Freguesia de Paialvo utentes protestam
Utentes da Saúde da Freguesia de Paialvo (Tomar) reuniram-se para continuarem a ter assistência médica.
Convocados pela Junta de Freguesia, com o apoio da USMT, dezenas e utentes da saúde reuniram-se no pátio contíguo às boas instalações da Junta de Freguesia e da Extensão de Saúde local.
O motivo para tal iniciativa é a transferência dos médicos que ali prestavam serviço para Unidades de Saúde Familiar (USF). O senhor presidente da Junta informou os presentes das diligências que pretende efectuar junto do coordenador da Sub-região de Saúde de Santarém e da administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Entre as diversas intervenções (utentes, eleitos na Assembleia e Câmara de Tomar, deputado do PCP), cita-se a intervenção dos representantes da USMT, na qual foi salientada a importância da organização e movimentação dos utentes em conjunto com seus eleitos locais no combate a decisões que lesam gravemente a prestação de cuidados de saúde quer ao nível dos Centros de Saúde quer ao nível dos Hospitais. Ainda salientada a triste perspectiva, caso persista a ausência de médicos nas Extensões de Saúde rurais.
Por fim, salientar que os utentes presentes concordaram em diariamente comparecer em elevado número na Extensão de Saúde com o objectivo de levar o director do Centro de Saúde de Tomar a dar respostas concretas para a resolução do problema da falta de médico.
Aguardam-se as judiciosas explicações (e soluções) e esclarecimentos do Sr. Luis Ferreira, demonstrando a sua polivalência como já aqui fez no seu comentário anterior.
Fala quem sabe.
Quem é que está a falar pelo POVo de Areias e de Alviobeira. A melhor solução do IC3 é semrpe a poente da EN 110. Distância mais curta e de mnor impacto ambiental e custos. Não inventem
Se ainda não existe deve-se ao "trabalho" do actual vereador do PS C. Silva e de um reduzido grupo de proporietários de terrenos por onde poderia passar essa variante. Fizeram abaixo-assinados, dream entrevistas, enfim ... uma luta bem sucedida na defesa dos seus (apenas deles) interesses "interesseiros".
É Tomar no seu melhor!
Mas, na altura ainda não estava investido das altas funções actuais.
E foi num tótó como ele que o PS de Tomar apostou para a câmara.
É lamentável um IEP ou uma autarquia não ouvir as populações e não saberem evitar essa demagogia da 'rede natura'....ao longo da EN110.
Uma vergonha absoluta . O sr Ferreira ( e o IEP)que vá avaliar....lá in loco...Os euros são poucos e são de todos.Uma loucura fazer um túnel...
Parabens ao AFreitas pelos 'pormenores' ...
concordo em absoluto
Quem é que está a falar pelo Povo de Alviobeira...etc etc... A melhor solução do IC3 é sempre a poente da EN 110. Só....Distância mais curta e de menor impacto ambiental e custos. Não inventem tuneis com rios de EUROS lá dentro....
O sr Ferreira devia ser + objectivo e inteligente...
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