terça-feira, março 05, 2019

Poluição no rio Nabão - Há só uma Terra

Em 14 de fevereiro de 1974, a RTP passou no Programa ''Há só uma Terra'' com o jornalista Luís Filipe Costa, uma peça sobre a grave situação de Poluição no rio Nabão que tinha acontecido no anterior mês de dezembro.
Aqui, a partir do Arquivo RTP, pode aceder a este extraordinário trabalho, onde podemos rever pessoas bem conhecidas da comunidade tomarense, já desaparecidas, mas que deixaram testemunho frontal perante o atentado ambiental. Lembramos que esta peça passou dois meses antes do 25 de abril de 1974.

45 anos depois este assunto é tão atual. A diferença está na frontalidade e conhecimento das pessoas de antanho comparando com as de hoje que ou não sabem, ou têm ''medos'' ou então ... é mais grave ainda.

Resumo analítico em 10 quadros:
1. Jornalista Luís Filipe Costa junto do Rio Nabão, intercalado com vistas do Rio Nabão e peixes.
2. Entrevista a um habitante de Tomar sobre o que viu no dia 14 de Dezembro de 1973, em que houve uma mortandade de peixes no Rio Nabão, causada por águas contaminadas, proveniente de uma fábrica de papel e onde este senhor conseguiu salvar alguns peixes levando-os para um tanque de água limpa.
3. Pessoas numa ponte sobre o Rio Nabão, a ver o rio cheio de peixes mortos.
4. Entrevista a Fernando Ferreira, químico, farmacêutico, membro da Comissão do rio e organizador dos concursos internacionais de pesca, sobre o que se passou no Rio Nabão, no dia 14 de Dezembro de 1973. Fernando Ferreira conclui, que houve três possibilidades desta mortandade de peixes ser proveniente da fábrica de fiação de Tomar, da fábrica de papel do Prado e da fábrica de Porto de Cavaleiros.
5. Entrevista a Levi da Costa, responsável pelo sector industrial de Porto de Cavaleiros, sobre esta unidade industrial que possui dispositivos anti poluição.
6. Continuação de entrevista a Fernando Ferreira, sobre a luta contra a poluição.
7. Jornalista Luís Filipe Costa comenta o Rio Nabão; intercalado com: vista do Rio Nabão, com pescadores a pescar com cana de pesca; esgotos e fossas no Rio Nabão cheio de óleo; fábrica de mosaicos no bairro industrial de Tomar; estrumeira Municipal.
8. Continuação de entrevista a Fernando Ferreira, sobre a poluição do Rio Nabão que põe em perigo a saúde pública dos habitantes de Tomar.
9. Fábrica de prensados de madeira a alguns quilómetros de Tomar e do Rio Nabão.
10. Declarações de Manuel Bento, Presidente da Comissão Municipal de Turismo, sobre a poluição do Rio Nabão, e as medidas a tomar em relação aos esgotos e do lixo de Tomar; intercalada com: coletores de esgotos; ponte de Tomar; Rio Nabão; vegetação; fábrica; sucateira de carros; vista de Tomar; vista dos arrabaldes de Tomar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei de ver o vídeo da RTP Memória sobre a poluição do Nabão. À parte a poluição do Nabão que é quase um não assunto,pois é estrutural ao país, adorei a reportagem do Luís Filipe Costa. A minha vida está muito ligada ao Luís Filipe Costa. Desde muito novo que ficava fascinado pela voz do dito. Para um gravador lia textos, para aperfeiçoar a dicção, aproximando-me, o mais possível, dele. Tirando o timbre, magnífico, aí não podia fazer nada, procurava aperfeiçoar a respiração, a modulação da voz, as pausas. E isso ficou-me para a vida. A aprovação em três concursos de locução, no teatro, a dar aulas, onde o que me dava mais prazer era, sempre que turma o permitia, ouvir-me a falar, modelar a voz, às vezes com algum exibicionismo. Não sei se ,no tempo da reportagem, os repórteres tinham um texto, à frente, para lerem. Suponho que não. Mas o Luís Filipe Costa falava na reportagem da mesma forma como lia um noticiário no Rádio Clube Português. Com a mesma entoação, com a mesma fluidez . E isso nunca fui capaz. A minha capacidade de improviso era muito limitada. Isso e a minha incapacidade de falar e entender inglês, levou-me a afastar de uma actividade radiofónica no campo do jornalismo. Era aquilo que ,na altura,eu mais gostava de fazer. Pela influência de Luís Costa. Tal como na teatro a influência foi o Rogério Paulo. Passados...