sábado, agosto 24, 2019

O Feio em Leiria ou "Como é bela a fealdade"

"O Feio'', quiosque em Leiria, fez-nos lembrar a exclamação "Como é bela a fealdade" do primeiro editor estrangeiro da obra dirigida por Umberto Eco, História do Feio. 
Ficámos na dúvida se este nome do quiosque é qualificativo da construção ou do dono do referido pois não havia viv'alma dado estar encerrado no momento. Prometemos lá voltar para tirar dúvidas ou ficarmos mais ou completamente esclarecidos.

Vamos também levar a referida monografia para enriquecer esta nossa "intromissão'' e dar um ar cultural à atividade. Já agora, aqui fica a sinopse da obra e a capa com desafio para a leitura e quem sabe até uma conversa sobre.

SINOPSE
Perguntai a um sapo o que é a beleza, o verdadeiro belo. Responder-vos-á que consiste na sua mulher, com os seus belos olhos redondos que se projectam para fora da pequena cabeça, o pescoço grosso e achatado, o ventre verde e as costas castanhas. Interrogai o diabo: dir-vos-á que o belo é um par de cornos, quatro patas com garras e um rabo.
In Introdução

História do Feio vem na sequência do anterior - História da Beleza. Aparentemente, beleza e fealdade são conceitos que mutuamente se exigem: habitualmente entende-se a fealdade como o oposto da beleza, de modo que bastaria definir a primeira para se saber o que é a outra. Mas as diversas manifestações do feio através dos séculos são mais ricas e imprevisíveis do que comummente se julga. Por isso, não só os textos antológicos, mas também as ilustrações extraordinárias deste livro, levam-nos a percorrer um itinerário surpreendente entre pesadelos, terrores e amores de quase trinta mil anos, onde os actos de repulsa caminham de mãos dadas com comoventes movimentos de paixão, e a rejeição da deformidade é acompanhada de êxtases decadentes que, as mais das vezes, são violações sedutoras de todos os cânones clássicos. 

Entre demónios, loucos, inimigos horríveis e presenças perturbantes, entre abismos revoltantes e deformidades que atingem o sublime, freaks e mortos-vivos, descobre-se uma veia iconográfica vastíssima e, muitas vezes, inimaginável. Assim, ao longo deste livro, vamos encontrando feio de natureza, feio espiritual, assimetria, desarmonia, desfiguração, numa sequência de mesquinho, débil, vil, banal, casual, arbitrário, grosseiro, repugnante, desajeitado, horrendo, sensaborão, nauseabundo, criminoso, espectral, bruxo, satânico, repelente, desagradável, grotesco, abominável, odioso, indecente, imundo, porco, obsceno, pavoroso, abjecto, monstruoso, horripilante, medonho, terrível, terrificante, tremendo, repulsivo, nojento, nauseabundo, fétido, ignóbil, desgraçado, sem graça nenhuma nem decência.

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