sexta-feira, maio 10, 2019

Vamos às favas

    Agora das novas, as novidades, no mercado municipal, as favas são boas de todas as maneiras, aporcalhadas, cozidas com couves.
   A pretexto, boas favas servidas com boa prosa, vamos recordar o que Escreveu Eça de Queiroz sobre as favas, no seu romance “A cidade e as serras” 
   Só que, agora, chega um caldo de galinha que rescendia; tinha fígado e tinha moela. E, logo, Jacinto, surpreendido, iria exclamar: «Está bom!». Mas a grande surpresa viria a seguir, como conta Zé Fernandes: «E (Jacinto) já espreitava a porta, esperando a portadora dos pitéus, a rija moça de peitos trementes, que enfim surgiu, mais esbraseada, abalando o sobrado - e pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz com favas. Que desconsolo! Jacinto em Paris sempre abominara favas!... Tentou todavia uma garfada tímida - e de novo aqueles seus olhos, que o pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala... Depois um brado: - Óptimo!... Ah, destas favas, sim! Oh que fava! Que delícia! E por esta santa gula louvava a serra, a arte perfeita das mulheres palreiras que em baixo remexiam as panelas, o Melchior que presidia ao bródio

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