A
ultra-secreta estratégia do paiol de Carregueiros
Ficará nos segredos
das adegas de Carregueiros a verdadeira razão da névoa lançada sobre as armas
desaparecidas e reaparecidas de Tancos, sendo certo que
‘’quem
rouba e volta a dar ao inferno vai espernear.’’
Se nos recordamos Carregueiros
já deu:
- água de nascente ao Convento de Cristo (o
Convento foi fulcral nas descobertas marítimas, os tais novos mundos aos quase
outros mundos quanto nós);
- uma grande universidade em espaço rural;
- um desfile dos tabuleiros com flores originais e
não plastificadas.
Vai daí, numa das
adegas de Carregueiros, ao sabor do vinho novo e chouriço assado, ocorreu aos
mais destemidos autóctones ideia brilhante - reconquistar o Brasil. Isto
porque, questões de impoluta consciência, tendo nós sido colonizadores/educadores
desse extenso país, muito maior que a Freguesia de Carregueiros, não nos
conformamos que esse rincão, nosso tão mano, viva em ambiente de profunda
corrupção e insegurança, sendo nós entretanto um país à beira mar plantado de rigorosa
ética, sem actos de corrupção, nem jogadas politiqueiras, nem nada dessas
coisas horríveis que assolam o querido Brasil. Ora, um acto justo eivado de
inspiração ética seria a reconquista do pai irmão, aproveitando a parte da
manhã, porque eles dançam durante toda a noite e dormem até tarde. A estratégia
é apanhá-los a dormir, de cuecas na mão. Depois voltar a dar novos brasis ao
Brasil, instalar por lá um pólo da Universidade de Carregueiros. Por aí. Em especial
ensinar-lhe os valores da moral. Esta moral bem portuguesa da qual o país se
orgulha, mormente nas conversas das adegas. É certo que em Portugal há sempre
um ou outro descontente, decerto alguém a quem se lhe azedou o vinho.
Aceite a estratégia da
reconquista do Brasil, ocorreu na absoluta clandestinidade de Carregueiros grande
produção de fisgas, sendo as balas caroços de azeitonas. Vai daí alguém se
lembrou se não seria melhor disparar com aquelas balas metálicas, verdadeiras,
mesmo fora de prazo, ou coisa assim. Daí surgiu a ideia, vamos ali ao paiol de Tancos
e trazemos um caixote de balas. Guardamos aqui o material no paiol de
Carregueiros até que se apanhe boleia guerreira, ou na Guerreira, até ao
Brasil. Guerreira enquanto reserva de guerreiros.
Por isso, não podem
ser revelados os verdadeiros motivos do roubo de balas em Tancos, isto porque valores
mais altos se “alevantam” e só podem ser descobertas com óculos de ver ao céu. MC
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