quarta-feira, novembro 14, 2018

Noticias falsas … ou nem tanto


A ultra-secreta estratégia do paiol de Carregueiros  

            Ficará nos segredos das adegas de Carregueiros a verdadeira razão da névoa lançada sobre as armas desaparecidas e reaparecidas de Tancos, sendo certo que
‘’quem rouba e volta a dar ao inferno vai espernear.’’
 Se nos recordamos Carregueiros já deu:
  1. água de nascente ao Convento de Cristo (o Convento foi fulcral nas descobertas marítimas, os tais novos mundos aos quase outros mundos quanto nós);
  2. uma grande universidade em espaço rural;
  3. um desfile dos tabuleiros com flores originais e não plastificadas.
            Vai daí, numa das adegas de Carregueiros, ao sabor do vinho novo e chouriço assado, ocorreu aos mais destemidos autóctones ideia brilhante - reconquistar o Brasil. Isto porque, questões de impoluta consciência, tendo nós sido colonizadores/educadores desse extenso país, muito maior que a Freguesia de Carregueiros, não nos conformamos que esse rincão, nosso tão mano, viva em ambiente de profunda corrupção e insegurança, sendo nós entretanto um país à beira mar plantado de rigorosa ética, sem actos de corrupção, nem jogadas politiqueiras, nem nada dessas coisas horríveis que assolam o querido Brasil. Ora, um acto justo eivado de inspiração ética seria a reconquista do pai irmão, aproveitando a parte da manhã, porque eles dançam durante toda a noite e dormem até tarde. A estratégia é apanhá-los a dormir, de cuecas na mão. Depois voltar a dar novos brasis ao Brasil, instalar por lá um pólo da Universidade de Carregueiros. Por aí. Em especial ensinar-lhe os valores da moral. Esta moral bem portuguesa da qual o país se orgulha, mormente nas conversas das adegas. É certo que em Portugal há sempre um ou outro descontente, decerto alguém a quem se lhe azedou o vinho.
            Aceite a estratégia da reconquista do Brasil, ocorreu na absoluta clandestinidade de Carregueiros grande produção de fisgas, sendo as balas caroços de azeitonas. Vai daí alguém se lembrou se não seria melhor disparar com aquelas balas metálicas, verdadeiras, mesmo fora de prazo, ou coisa assim. Daí surgiu a ideia, vamos ali ao paiol de Tancos e trazemos um caixote de balas. Guardamos aqui o material no paiol de Carregueiros até que se apanhe boleia guerreira, ou na Guerreira, até ao Brasil. Guerreira enquanto reserva de guerreiros.
            Por isso, não podem ser revelados os verdadeiros motivos do roubo de balas em Tancos, isto porque valores mais altos se “alevantam” e só podem ser descobertas com óculos de ver ao céu. MC

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