diariodgratidao.blogspot.com
Tardes cheias, noites dentro, muitas mulheres, uns tantos
homens, encontram-se nas horas livres, salas cedidas pela boa vontade dos
proprietários, dias seguidos recortando papel, fazendo flores para decorar as
ruas na Festa dos Tabuleiros. Há quem garanta que as ruas engalanadas são o
melhor da festa. Nessas noites, contando com o beneplácito dos calores de Verão,
multidões saem à festa e deliciam-se admirando milhares e milhares de flores
que compõem as diversas ruas do coração da cidade. Salutares rivalidades sobre
o tema que cada uma das ruas decidiu compor.
Os
tabuleiros vêem-se passar, as ruas visitam-se. Comenta-se “Aquele rua ali é
mais bonita”, “Eu gostei mais da outra lá atrás”. É a recompensa dos moradores
de tantas horas de trabalho, os gratificantes encómios.
Pode a
liberdade da crítica contrapor o negativo das palmas acolhidas por quantos
“trabalham pouco e se exibem muito”. Mesmo assim seja, as mãos que fazem as
flores ignoram essas possíveis contradições a favor do prazer que dão a quem
visita as ruas engalanadas. Mulheres e homens, acreditamos que mais mulheres, horas
infindas a fazerem as flores. O verbo é o fazer. Decerto conversam, opinam
sobre os temas do dia, mais um desfalque, mais uma violência conjugal, as
doenças, as consultas, as análises, as dores nas costas, o mais isto, mais
aquilo, mais um ramo de flores a juntar ao molho.
A festa
a crescer todos os dias.
Sem comentários:
Enviar um comentário