cafecommanteiga.com woodyallen.com
As relíquias do
nosso mercado municipal
Em nossa
simples e leiga opinião, o mercado municipal das sextas-feiras vale
essencialmente pela diferença nos produtos fornecidos pelos produtores locais,
caso dos legumes. Na sexta, fomos aos brócolos e aos grelos. Para o nosso
gosto, preferimos os brócolos com as cabeças mais pequenas, com mais rama. Num dos seus filmes, Woody Allen, quando fazia uma TAC, disse a piada “ Senhor
doutor, eu não posso ter cancro porque como brócolos”.
Os
grelos acompanham morcela de arroz. Coisa que não se compra em Lisboa. Só nesta
zona se produzem morcelas de arroz, assim como especialidades de enchidos, tipo
paiola. Somos uns privilegiados no mercado municipal. As cabeças de nabo não
sabem a esferovite, as cenouras são mesmo cenouras. As bancas de frutos secos
servem todas as espécies a granel, compra-se a quantidade que se quer, mais em conta.
Há tremoços, azeitonas, faz-se fila para o pão caseiro. Há queijos tipo Areias.
As caras de bacalhau, por exemplo, têm um aspecto mais suculento, até parecem
apanhadas ali no Tejo, como a lampreia.
O peixe,
pois, a grande diferença reside na sardinha, no Verão. Só aqui, no mercado, se
vendem as sardinhas brilhantes, resolutas, em princípio de Peniche. Mais ainda
agora que se anuncia, conforme o “Jornal Barlavento” que a sardinha de
aquacultura será mais-valia para a indústria conserveira”. Esperamos que no
mercado municipal nunca se venda sardinha de aquacultura. No tempo da sardinha,
lá mais para o Verão, surgem os tomates tipo coração de boi, que só se produzem no
Verão, nas hortas, dizem que não aceitam ser criados em estufas. É pena não
existirem todo o ano.
Já
agora. Junto à ponte do Flecheiro, fumo das brasas evolando, às sextas-feiras,
logo pelas 8h00, o suculento aspecto dos coiratos grelhados fazem lamentar a
empata descoberta do colesterol.
Se o
mercado das sextas se realizasse todos os dias da semana, outro galo cantaria.
Essa é que seria essa.
Sem comentários:
Enviar um comentário