quinta-feira, dezembro 20, 2018

Borges Coelho e os Descobrimentos

«Chamem-lhe o que quiserem. Houve descobrimento. » - disse ele. Pois que se faça!...(o Museu) - digo eu também!
Extrato da entrevista do historiador que este ano completou os 90 anos:
Público - Neste momento há muita gente a fazer revisionismo histórico. Já tem falado sobre o assunto, já defendeu por outro lado a existência de um Museu dos Descobrimentos...
Borges Coelho - O problema não é do museu. Não haver museu é não focarmos e não ensinarmos aos portugueses o que foi o período áureo da História de Portugal, um pequeno país, uma anedota de país, que são 89 mil quilómetros quadrados esteve na vanguarda do planeta.
Chamem-lhe o que quiserem. Houve descobrimento. O Atlântico Sul foi descoberto pelos portugueses; os europeus descobriram os americanos e toda a África ao Sul do Equador, e deram a descobrir a si próprios que não se conheciam.
Mas isso é o menos. O que quero é que nesse período ponham as navegações dos portugueses e o que eram as sociedades que os portugueses organizaram e toda a verdade dentro do museu. Ponham os povos contactados; como eram e como ficaram. O museu deve ter essas facetas todas. Esse museu deve existir e é essencial para uma cidade como Lisboa. Lisboa foi a cidade desta epopeia.
O historiador António Borges Coelho defendeu a criação de um museu dedicado à Expansão Portuguesa, por ter sido "um período fantástico na História da Humanidade", de que "não temos de ter vergonha".
Em entrevista à Lusa, Borges Coelho considerou "absurda" a polémica à volta do projeto de um museu dedicado à Expansão Portuguesa nos séculos XV e XVI. "O passado é o passado. A primeira grande globalização é uma coisa fantástica para qualquer povo. Não temos de ter vergonha, e mesmo os povos que foram oprimidos, não foram só oprimidos. [Afonso de] Albuquerque [1453-1515] dizia que não podia tirar a cabeça do navio, pois corria risco de ficar sem ela".
"Houve uma guerra comercial na Índia pelo domínio do comércio das especiarias, designadamente a pimenta. E foram os portugueses que ganharam essa guerra", esclareceu.

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