terça-feira, outubro 18, 2005

Feira de Santa Iria - Terrados super caros num mar de lamentações

Percorre-se a feira de Santa Iria e as reclamações por parte dos vendedores instalados que reconhecem o jornalista não param. Da parte dos vendedores de roupas que montaram tenda junto ao mercado as reclamações prendem-se com 105 Euros de terrado pago para montar a tenda na Sexta e Sábado no início da feira com a obrigatoriedade de a levantar no domingo. João Japão comerciante tomarense pede para dar nos jornais “uma porrada valente nestes gajos da Câmara”. Os vendedores de roupa podem voltar na semana seguinte já no final da feira nos mesmos dias. Belos tempos em que estas tendas estavam todo o tempo da feira montadas e a vender e em que as pessoas das aldeias aproveitavam os dias de menos confusão de gente para ir fazer as suas compras. Ali se ia comprar as mantas da azeitona a roupa de Inverno, os cobertores em tendas alinhadas em frente ao Convento S. Francisco, hoje transformado em stand de automóveis.
Percorre-se a feira e sentimos que mais ano menos ano a mesma caminha para a extinção. Ao contrário de outras cidades e vilas onde feiras ancestrais se modernizaram e se transformaram em eventos que arrasta milhares de pessoas de norte a sul, em que existe espaço e gente com cabeça para promover e dirigir o evento, esta não passa de uma manta de retalhos, onde num lado estão umas coisas, passa-se a ponte no Flecheiro outras e no largo da Várzea Grande outras. Quem programou isto nunca viu uma FATACIL em Lagoa a Feira de S. Mateus em Viseu a Ovibeja em Beja
Ou seja mais parece três feiras, da “ciganada” sem lógica ou orientação, pior, mas muito pior que na Idade Média.
No vendedor das castanhas reclama-se é certo, por 2 €uros por uma dúzia e o pobre homem, que garante que nunca mais põe aqui os pés, mostra o recibo passado pela Comissão da feira de Santa Iria passado e pago em Agosto no valor de 803,00 €uros por dois lugares, em sítios de pouca passagem, que pagou, ou seja mais de 80 contos por um pequeno espaço de venda que até devia ter um preço simbólico dado o misticismo que estes vendedores emprestam à feira. Quantas dúzias não tem que assar e vender só para o malvado terrado?
Quanto renderá toda esta feira em terrados é a questão que se coloca. Se um simples carro das castanhas paga este exagero, uma pista de divertimentos deve pagar uma fortuna. Multiplicadas todas as tendas, barracas, quanto vale a FEIRA DE SANTA IRIA e quanto custa.
Os munícipes gostariam de saber. Ao fim de tantos anos a sacar já se podia ter comprado terreno, não interessa onde pensado e estreturado para fazer a mesma. Com condições para quem vende e para quem visita!
Com tanta receita não seria de esperar uma organização mais cuidada, um melhor espaço, uma melhor organização? Mas qual quê, isto agora é entregue a uma Comissão, que até passa recibos e toda a gente sabe que na mesma gravitam sempre as mesmas pessoas. Algumas já deviam estar bem sossegadinhas, descansando.
Depois muitos vendedores queixam-se que nem um espaço reservado seguro e vigiado tem onde deixar as suas viaturas com meios de higiene de apoio, como acontece noutras terras, sim que esta gente dorme nas suas viaturas.
Pelo meio da feira no entanto vai-se tropeçando em tanto segurança de uma empresa privada, de capitais espanhóis, que ultimamente foram contratados para as nossas feiras e mercados.
Pobre Tomar e pobre Feira de Santa Iria, ano menos ano vai mesmo acabar. Tudo aponta para isso, só quem não quer ver!
António Freitas (jornalista)

2 comentários:

Francisco marques disse...

Eu como tomarense digo e volto a repetir, a democracia não é apenas votar, isto não é democracia, isto é odiar e não querer Tomar.

Tomarenses está na hora de acordar antes que seja tarde demais.

Aos jornalistas digo e volto a repetir está na hora de fazerem também o vosso trabalho, ás rádios deixo a minha sugestão façam debates com cidadãos e não apenas com politicos, está na hora de acabar com esta ideia que apenas os politicos são sabedores.

À feira como eu dizia á uns dias é para acabar, é esse o desejo do poder paivista, por isso estas taxas absurdas.

Abaixo o paivismo.

FM

Francisco marques disse...

RR

Eu infelizmente adoro a minha cidade, ao contrario de muitos que acham que democracia é apenas o voto, mas não é, democracia é mais que isso.

FM