- O aplicativo APP é uma das grandes invenções da era digital, em que
podemos com um toque no ecrã do telemóvel mandar vir a papinha ter a casa,
trazida por um “Glovo” ou “Uber” chamar um táxi, reservar a bicicleta
partilhada, ou o carro partilhado e fazer operações bancárias no home baking ou
tirar fotos irreais ou virtuais em que se está ao lado do Cristiano Ronaldo a
pegar um touro pelos cornos, junto à muralha da China sem nunca lá ter ido, ou
com um tabuleiro à cabeça.
Quando o assunto destas modernices,
mexe com tradições, culto, divindades, há que ter bom senso e, se uma APP, para
Festa dos Tabuleiros, é muito útil e bem vinda, para reservas, obter
informações, parques disponíveis para o carro, melhores trajectos de carro,
bancadas livres e lugares a reservar e pagar, horários de percursos etc já a
“invenção” em que virtualmente se aponta o telemóvel a um homem, mulher ou
criança, sentado ou em pé e se manda colocar as mãos como a segurar algo que
não existe e se obtém a foto, em que o tabuleiro aparece milagrosamente e vai
direto ao mail que se solicitou à pessoa e se fica com o mail no nosso registo,
isto é ilegal de acordo com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD)
que entrou em vigor em 25 de Maio de
2018 e substituiu a diretiva e lei de
proteção de dados em vigor. Para além disso desvirtua o sentido nobre da festa,
em que o tabuleiro é transportado por pessoa do sexo feminino (à cabeça) devidamente trajada e com o respectivo par ao
lado.
A trilogia certa!
Ir para a FITUR de MADRID apontar o
telemóvel aos visitantes, que entram na jogada ou na BTL é de uma pobreza de
espírito, pois o tabuleiro é uma oferenda do Espírito Santo e, mais parece uma
brincadeira de garotos.
As fotos obtidas, virtuais, uma vez
no mail dos fotografados serão postadas no facebook dos próprios e dentro de
alguns dias, a banalização de imagens, que se assemelham a imagens reais, vão
mostrar qualquer “biscareto” com o símbolo máximo de Tomar à cabeça, estando em
pé, sentado ou deitado, seja homem ou mulher!
Na BTL assisti a quererem obter ou
fotografar João Vital, ex-mordomo da festa, com o telemóvel da vereadora ao que
o mesmo respondeu “deixo-me fotografar mas não quero tabuleiro algum à cabeça”
e referiu que é pela modernidade mas que tem que haver algum cuidado e bom
senso, pois não vale tudo. “Há que ter muito cuidado com algumas invenções”,
refere com prudência.
Estou pelo João Vital!
Quando André Camponês (do Instituto
de História Contemporânea), pago com dinheiros de todos nós e contratado pela
Câmara para o trabalho de recolha e investigação com vista a uma candidatura a
Património Nacional e depois Imaterial da Unesco, não seria de bom tom, pôr um
ponto de ordem à mesa e proibir estes aplicativos na vertente de tabuleiro
virtual e dizer aos políticos e neste caso à Secretária de Estado do Turismo,
que tirou fotos em Madrid, que esta festa tem um sentido religioso muito forte e
que não vale tudo para a promover, pois estas “modernices” não promovem coisa
nenhuma, banalizam as tradições herdadas e preservadas por gerações que tinham
sentido de ser e estar, o que por vezes não se verifica em alguns agentes que
saem de Tomar para promover Tomar, dizem, em eventos nacionais e
internacionais, que custam “uma pipa de massa” e a sua missão é informar,
distribuir informação e não estarem armados em “fotógrafos” de ilusões, que de
sonhos e ilusões já estamos fartos!
Ganhemos juízo e bom senso, que
nisto sou um velho do Restelo dos anos 60!
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