terça-feira, março 06, 2007

Centro Hospitalar do Médio Tejo - tudo como dantes

Da reunião entre autarcas de Tomar e o Presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, chegou-se à conclusão que afinal o CHMT vai ter uma unidade de urgência médico-cirúrgica, com valências distribuídas pelos 3 hospitais (Abrantes, Tomar e Torres Novas).
O PC de Tomar e Gomes Branco, presidente da ARS, comprometeram-se a elaborar um documento para dar a conhecer as opções/soluções.

4 comentários:

Anónimo disse...

Demónios e pó...

Um anjo disse-me algures, uma vez, que mais valia dependurar ressentimentos e ‘pedras no sapato’ no esquecimento do que os/as deixar marcar as nossas frágeis e periclitantes existências humanas, tão diáfanas e comezinhas no tempo e no espaço como qualquer gota d’água ou brisa efémera…
Não sei já se seria anjo ou demónio, mas que era capaz de ter alguma razão era! …
Isto porque herdar ou continuar percursos, tentar fazer ou inverter os mesmos não é nada fácil…Não é mesmo! Acreditem! …
Mas o intróito é demasiado confuso para o comum dos leitores vislumbrar seja o que for…
Adiante…
Isto a propósito das últimas polémicas bandeiras que localmente se vão desfraldando perante os nossos olhos – desde o Hospital, que nunca foi (será que alguma vez o conseguirá ser? …), à revitalização do Centro Histórico ou ao Programa Polis, que continua a ‘marcar passo’ ou a pouco mais ser do que anúncio(s), ou ilusão mediática, difícil ou materialmente executável de forma aceitável, dadas as reais condições do concelho e do país (se vos aprouver, a versão ‘moderna’: as ‘fitas e fintas’ já habituais para entreter os mesmos habituais espectadores…) enquanto ‘a banda continua a passar’ por outros lados… Tardam sim projectos verdadeiramente participados, por isso estratégicos, ousados, inovadores (e daí polémicos), díspares, mas também por isso mesmo, construtivos de alternâncias, potenciadores de mudanças fulcrais e, acima de tudo, capazes de inverter estagnação, afunilamento e/ou ‘deficit’ democrático sobejamente patentes.
Isto porque localmente padecemos da mesma pecha que nos atormenta há já demasiado tempo a outros níveis – a capacidade de respeitar a diferença (ou a indiferença…), a interiorização e aplicação de autocrítica capaz de entender o que outros dizem como mais uma hipótese a considerar, mais uma abordagem ou ponto de vista a ter em conta…
Daí que, sem estes pressupostos adquiridos e postos no terreno, seja muito fácil a crítica cientifica e tecnicamente falha de fundamentação ou simples trabalho esforçado de pesquisa e análise essencial à tomada de decisão atempada, coordenada e, colectiva e individualmente, consensualizada, por isso aceite por confortante, respaldadora e democrática maioria, sempre tolerante, dialogante e receptível a opinião, talvez fracturante e minoritária, mas que, por demasia, com frequente pertinácia, enriquece e fomenta a(s) proposta(s) mais facilmente aceite(s).
Deveriam ser estes ou não os pilares estruturadores da nossa vida social, política, cultural, enfim, comunitária?
Deveria ou não ser esta a matriz de qualquer poder local, regional, nacional ou mesmo global?
Há mais de trinta anos (pelo menos…) que andamos a dizer que sim! Mas a(s) prática(s) têm sido outras – muito mais enraizadas em percurso histórico centralista, tendencialmente prepotente, senão mesmo muito mesquinhamente narciso, mesmo antidemocrático e perversamente egocêntrico.
Assim as assimetrias (e o desenvolvimento, que se deveria sustentar e não ser só sustentável - o Relatório Brundtland já tem 20 anos…), agudizam-se ou eternizam-se na simples expectativa de...
Assim os conceitos de ‘glocalidade’ e de emergência de novos modelos continuam a ser invariavelmente relegados para um secundaríssimo plano. Assim se dá azo a todo o tipo de excentricidades ou ‘deixar andar’ bloqueadores de soluções viáveis e consentâneas com perspectivas mais aproximadas a realidades difusas, em muito rápida transformação e difíceis, por consequência, de gerir parcimoniosamente e com horizontes um pouco mais latos do que os ‘ditados’ pela lógica eleitoral / partidária. Esta, embora democrática, sem dúvida, já é muito pouco capaz de responder, porque limitada a curtíssimos espaços de tempo e janelas de oportunidade, a desafios contundentes e sequiosos de renovação.
Daí a necessidade de novas formas de resposta institucional, pública ou privada, às necessidades e anseios cidadãos, que implicam novas posturas, onde as ideias-chave são abertura, consenso, participação, diversidade e adaptação à rápida transformação do real – uma abordagem que tenha como ‘pedras filosofais’ a aprendizagem, a aceitação e acomodação à novidade, sem perder o passado, a ‘cultura’, para poder viver o presente com mais serenidade e fulgor para enfrentar o devir.
Por isso consideremos toda a polémica natural, participemos onde e como pudermos na vida da comunidade, nos seus momentos difíceis e de profunda crise ou nos de rápida mudança e crescimento. Mas procurando ser e estar com e não contra, isto é, respeitando o que de mais sagrado deveríamos sempre ter em mente: caminhar sem ‘demónios’ ou ´pó’ que nos tolham a humanidade e o respeito fulcral por nós mesmos e pelo(s) outro(s). Só a dimensão ética e plural da vida da polis permite a sua natural evolução e desenvolvimento construtivo e constitutivo de futuro(s), por mais que isso possa custar à nossa pulsão (também naturalmente humana) egoísta e rapinadora…
Só assim seremos dignos dos que atrás tanto nos deixaram e que tanto tendemos a esquecer. Também só assim seremos dignos dos que nos continuarão, mesmo que os seus caminhos venham a ser totalmente diferentes dos que trilhamos…
Qualquer contributo deve começar por aqui!
PARA QUE VALHA A PENA!
Porque a alma nunca será pequena…
Com ou, preferivelmente sem, ‘demónios e pó’…

Tomar, 1 de Março de 2007

in: rimaserumos.blogspot.com

Anónimo disse...

Caros colegas bloguistas

Saúdo o Prof.Godinho pelo facto de colocar moderação neste blog.

Esta é de facto uma das formas sérias de apelando à cidadania virtual activa, manter a elevação da discussão.

Vejo também que deve ter sido "arranjada" a net no rés-do-chão da antiga Biblioteca, pois os algumas tentativas de comentários ignóbeis voltaram, como se os "ditos Independentes" fossem o centro do mundo, safa!

Aguardo com serenidade que reconheçam que tinha razão a propósito do Hospital de Tomar, aquando do artigo "A verdade sobre o Centro hospitalar". Mas se não o quiserem fazer não faz mal, o que importa é que os cuidados de saúde, a nível de urgências hospitalares neste momento, fiquem a funcionar de forma melhor. Esse é de facto o grande ganho: CLARIFICAÇÃO e assumpção de responsabilidade por parte do Município.

Felizmente que neste último aspecto a maioria PSD e o seu Presidente aceitaram o repto dado quer por mim, quer pelo Presidente do meu Partido no célebre debate público, tão glosado por estas bandas. Nunca fica mal ao poder quando reconhece o erro e emenda a mão. Neste aspecto algo de novo se está a passar em Tomar. Estou convicto que tal acontecerá também com a localização do futuro Centro Comercial. Também aqui o Presidente e a maioria PSD na Câmara irão emendar o erro proposto: é que não podem continuar a querer ser autistas e impôr a destruição do Mercado Municipal contra a opinião de mais de um milhar de pessoas que se deram ao trabalho de o escrever e entregar no POLIS.

Posso até estar errado, mas continuo convicto que a melhor solução mesmo é continuar a pedagogia democrática e o apelo à cidadania.

Com tal atitude ganha Tomar e ganham os Tomarenses.

E já agora que o Centro Comercial vá para Marmelais, que fica lá muito bem!

Um bem haja a todos, do

Luis Ferreira (o verdadeiro)

Anónimo disse...

Apesar de tudo, todos os hospitais deviam ter as mesmas valências, mas antes de tudo, ajudar os utentes no sentido preventivo, de modo a minorar nos custos. Agora os cuidados de saúde em Tomar serem diferentes ou preteridos está mal obviamente.

Anónimo disse...

Quando o Papa Paulo VI veio a Portugal viviamos em "ditadura", sendo 1º ministro Salazar.

O Papa perguntou-lhe qual o motivo de ter tantos ministros, obtendo a seguinte resposta:


- Santidade, Jesus tinha 12 apóstolos, eu tenho 12 ministros.


Em 2008, quando o Papa Bento XVI visitar Portugal e perguntar a José Sócrates para quê 34 ministros e secretários de estado, Socrates certamente, responderá:


- Bem, Santidade... Ali Babá tinha 40...