Segue trabalho de Margarida Cabeleira publicado em O Mirante:
''Cidadãos de Tomar formam grupo para alertar consciências sobre a poluição no rio - Uma revolução pelo Nabão
Um grupo de cidadãos de Tomar iniciou uma revolução em defesa do rio Nabão. O objectivo é acabar com as águas castanhas e o cheiro fétido.
Intitulam-se antiterroristas e utilizam a ironia para tratar de um assunto tão sério como a despoluição do rio Nabão. Cansados do abandono a que está votado o rio, com o consequente aumento da poluição, um grupo de munícipes decidiu sensibilizar a comunidade para o problema.
O denominado Grupo Antiterrorista Aqua foi criado recentemente e dele fazem parte para já uma dúzia de munícipes de Tomar. Empresários, comerciantes, pescadores e até um biólogo transmitem os seus receios e anseios através de comunicados distribuídos à imprensa e aos moradores.
Não têm filiação política nem interesses partidários. Com “militantes” dos seis aos 60 anos, o Aqua aceita inscrições de pessoas de todas as idades, raça ou credo. “Não somos de esquerda em de direita, somos pelo Nabão”. O grupo não tem líder mas é o empresário Américo Costa que dá a cara.
E mostra à reportagem de O MIRANTE o estado em que está a ser deixado o rio. As águas límpidas que correm dentro da cidade mudam drasticamente de cor na zona de Marianaia, escassos quilómetros a jusante de Tomar.
Na manhã de sexta-feira, por sorte ou azar, alguém tinha feito descargas para o rio. Por baixo da velha ponte de Marianaia as águas estavam castanhas e exalavam um cheiro fétido.
Grandes carpas tentavam fugir para o lado direito do rio, zona menos conspurcada devido à corrente. “Só as maiores conseguem sobreviver aqui”, refere Américo Costa, com a sabedoria dada pela pesca desportiva, da qual é federado.
É precisamente do lado mais sujo do rio que se vêem peixes mortos, junto à margem esquerda. Um atentado cada vez mais repetido nos últimos anos. Uma calamidade que o Aqua quer fazer parar.
Nem que para isso tenha de alertar as massas através de comunicados irónicos. “A brincar podem dizer-se coisas sérias e assim temos a certeza que as pessoas lêem”, diz o empresário.
Que remete as culpas da situação para os autarcas. “Há que punir a incapacidade intelectual, o marasmo, o imobilismo”, refere o primeiro comunicado do grupo, saído a 13 de Julho.
Ivo Santos, vereador da Câmara de Tomar, conhece o problema do rio. Apesar de reconhecer que as águas não estão tão limpas como seria desejável, o vereador considera que nenhum rio em Portugal está completamente despoluído.
Alertando para o facto de o rio ser da responsabilidade de várias entidades (Hidráulica, Ministério do Ambiente, Brigada do Ambiente da GNR) o responsável autárquico sublinha que o município tem tentado minimizar a questão melhorando a rede de esgotos.
“Os detritos domésticos são os menos problemáticos, as descargas industriais são muito piores”, considera.
Nos poucos quilómetros que separam a cidade de Marianaia e Santa Cita aglomeram-se junto às margens do rio várias fontes potencialmente poluidoras – fábricas de madeira e afins, destilarias, impressão de papel. A própria Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Tomar, que nunca funcionou bem, está no percurso “negro” do rio e, garante Américo Costa, é uma das que mais polui as águas.
Com o rio no caudal mínimo e o aumento das temperaturas as descargas são mais notórias e o cheiro mais intenso. Todos reparam mas são poucos os que se predispõem a fazer algo.
“Não queremos que o Nabão se torne num segundo Alviela”, diz o grupo, que subscreve uma célebre frase do capitão de Abril Salgueiro Maia – “eu iniciei uma revolução, quem fez a revolução foi o povo”.
Margarida Cabeleira
Um grupo de cidadãos de Tomar iniciou uma revolução em defesa do rio Nabão. O objectivo é acabar com as águas castanhas e o cheiro fétido.
Intitulam-se antiterroristas e utilizam a ironia para tratar de um assunto tão sério como a despoluição do rio Nabão. Cansados do abandono a que está votado o rio, com o consequente aumento da poluição, um grupo de munícipes decidiu sensibilizar a comunidade para o problema.
O denominado Grupo Antiterrorista Aqua foi criado recentemente e dele fazem parte para já uma dúzia de munícipes de Tomar. Empresários, comerciantes, pescadores e até um biólogo transmitem os seus receios e anseios através de comunicados distribuídos à imprensa e aos moradores.
Não têm filiação política nem interesses partidários. Com “militantes” dos seis aos 60 anos, o Aqua aceita inscrições de pessoas de todas as idades, raça ou credo. “Não somos de esquerda em de direita, somos pelo Nabão”. O grupo não tem líder mas é o empresário Américo Costa que dá a cara.
E mostra à reportagem de O MIRANTE o estado em que está a ser deixado o rio. As águas límpidas que correm dentro da cidade mudam drasticamente de cor na zona de Marianaia, escassos quilómetros a jusante de Tomar.
Na manhã de sexta-feira, por sorte ou azar, alguém tinha feito descargas para o rio. Por baixo da velha ponte de Marianaia as águas estavam castanhas e exalavam um cheiro fétido.
Grandes carpas tentavam fugir para o lado direito do rio, zona menos conspurcada devido à corrente. “Só as maiores conseguem sobreviver aqui”, refere Américo Costa, com a sabedoria dada pela pesca desportiva, da qual é federado.
É precisamente do lado mais sujo do rio que se vêem peixes mortos, junto à margem esquerda. Um atentado cada vez mais repetido nos últimos anos. Uma calamidade que o Aqua quer fazer parar.
Nem que para isso tenha de alertar as massas através de comunicados irónicos. “A brincar podem dizer-se coisas sérias e assim temos a certeza que as pessoas lêem”, diz o empresário.
Que remete as culpas da situação para os autarcas. “Há que punir a incapacidade intelectual, o marasmo, o imobilismo”, refere o primeiro comunicado do grupo, saído a 13 de Julho.
Ivo Santos, vereador da Câmara de Tomar, conhece o problema do rio. Apesar de reconhecer que as águas não estão tão limpas como seria desejável, o vereador considera que nenhum rio em Portugal está completamente despoluído.
Alertando para o facto de o rio ser da responsabilidade de várias entidades (Hidráulica, Ministério do Ambiente, Brigada do Ambiente da GNR) o responsável autárquico sublinha que o município tem tentado minimizar a questão melhorando a rede de esgotos.
“Os detritos domésticos são os menos problemáticos, as descargas industriais são muito piores”, considera.
Nos poucos quilómetros que separam a cidade de Marianaia e Santa Cita aglomeram-se junto às margens do rio várias fontes potencialmente poluidoras – fábricas de madeira e afins, destilarias, impressão de papel. A própria Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Tomar, que nunca funcionou bem, está no percurso “negro” do rio e, garante Américo Costa, é uma das que mais polui as águas.
Com o rio no caudal mínimo e o aumento das temperaturas as descargas são mais notórias e o cheiro mais intenso. Todos reparam mas são poucos os que se predispõem a fazer algo.
“Não queremos que o Nabão se torne num segundo Alviela”, diz o grupo, que subscreve uma célebre frase do capitão de Abril Salgueiro Maia – “eu iniciei uma revolução, quem fez a revolução foi o povo”.
Margarida Cabeleira
1 comentário:
....muito se fez,pela zona de Marianaia....mas muito ainda ha para fazer.....bem hajam,os k nos ajudaram nesta luta David-Golias....Americo Costa-AQUA
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