domingo, outubro 08, 2006

O Estado do Mundo

Apesar de não agradar a alguns dos nossos amigos bloguistas que preferem que neste espaço se debata apenas o ''caseiro'', porque entendemos que o mundo vai para além do que a minha vista alcança e o meu conhecimento só pode enriquecer com a partilha do conhecimento de outros e com outros, atrevemo-nos a ir dando nota de outras realidades. Sem mais delongas e desafiando outros a acompanharem-nos na próxima quinta-feira (façamos uma vaquinha pensando no equilíbrio ecológico) à Fundação Calouste Gulbenkian, para participar no primeiro momento do Forum O Estado do Mundo, integrado nas comemorações dos 50 anos da Fundação

Conferência Inaugural com Professor Hommi K. Bhabha
Ética e Estética do Globalismo: Uma Perspectiva Pós-colonial
12 de Outubro às 18h30 no Auditório 2
Nos dias que correm, supremacia cultural é acompanhada por uma forma de cosmopolitismo global que celebra a prosperidade e o privilégio resultantes de formas de governação de cariz neo-liberal e da concorrência do mercado livre. Algumas expressões do desenvolvimento global têm uma fé quase cega no poder da inovação tecnológica e no da comunicação global.
Os efeitos electrizantes deste tipo de políticas são inegáveis: Economias estagnadas e estatizadas, imersas em corrupção burocrática, ineficiência e despotismo souberam reagir bem à cultura da reforma fiscal. Um cosmopolitismo global, com estas características, está presente nos “silicon valleys” e parques tecnológicos. Celebra um mundo de culturas múltiplas localizado na periferia das sociedades, desde que produzam margem saudáveis de lucro dentro das sociedades metropolitanas. Os estados que participam neste multinacionalismo ‘multicultural’ reiteram o seu compromisso com a ‘diversidade’ – dentro e fora de fronteiras – mas apenas desde que a demografia da diversidade seja composta essencialmente por migrantes economicamente educados – engenheiros informáticos, médicos e empresários, e não refugiados, exilados políticos ou pobres. No ensejo de celebrar uma “cultura do mundo’ ou os ‘mercados globais’, esta forma de cosmopolitismo move-se rápida e selectivamente entre um oásis de prosperidade e uma zona de produtividade tecnológica, prestando cada vez menos atenção à desigualdade crónica e à crescente miséria produzida por esse desigual e desequilibrado desenvolvimento.

Professor Homi K. Bhabha
Biografia Homi K. Bhabha é o Professor da Cátedra Anne F. Rothenberg de Literatura Inglesa e Americana, de Estudos Afro-americanos, Director do Humanities Centre da Harvard University e Professor visitante de Humanísticas na University College em Londres. É autor de extensa bibliografia que se destaca:: The Location of Culture (Routledge 1994), editor da colecção de ensaios Nation and Narration (Routledge 1990) e está neste momento a trabalhar em A Measuring of Dwelling, uma teoria sobre ‘cosmopolitismo popular’, a publicar pela Columbia University Press. Homi Bhabha tem também participado em importantes conferências. Só no último ano foi o orador na Ralph Miliband Lecture na London School of Economics, foi orador principal no Colloquium on Research and Higher Education Policy, organizado pela UNESCO, e foi igualmente orador principal no seminário organizado pelo Arts and Humanities Research Board (AHRB) sobre Diasporas, Migration, and Identities, em Londres.


Depois da conferência haverá também o
Lançamento do Livro
O Estado do Mundo
12 de Outubro às 20h00 no Auditório 2


Nada melhor que ler as palavras do Presidente da Fundação

No conjunto de iniciativas programadas para o 50º aniversário da Fundação, pareceu importante e oportuno realizar um fórum que permitisse reflectir e problematizar a produção cultural da actualidade e, simultaneamente, eleger temas emergentes e lançar pistas para a acção futura.
Vivemos um tempo rico de experiências mas carregado de incertezas e riscos. E também de perplexidade, quando não de relativismo, perante múltiplas contradições, ou mesmo gritantes absurdos: a disponibilidade de conhecimento e as práticas que parecem ignorá-lo; a abundância e o desperdício convivendo com a escassez e a fome; a informação aparentemente homogeneizadora e radicais reivindicações do direito à diferença. Ao iniciarmos este Fórum Cultural, com a edição de um livro contendo dez ensaios, um conjunto de poemas e um portfolio de arte, todos eles textos e obras inéditos e realizados expressamente para este projecto, quisemos afirmar quão importante é para a Fundação Calouste Gulbenkian a reflexão e a criação contemporânea, num mundo em que, cada dia que passa, são mais as interrogações que a alegria da criação. A Fundação Calouste Gulbenkian é mais que um espaço de acolhimento de práticas culturais. É também um lugar de produção de saber, um lugar de discussão pública, um lugar onde nascem ideias, se concebem teorias, se formulam proposições, se faz acontecer arte. Este livro reúne a participação de filósofos, escritores, ensaístas, sociólogos, historiadores, um poeta e um artista plástico, que tomam o presente como matéria fundamental da sua reflexão e da sua produção. Ao lermos estes textos e ao vermos as imagens, congratulamo-nos e estamos gratos pelo investimento intelectual que todos fizeram. Como cidadãos do mundo que são, a nenhum preocupa a localidade onde vive, o seu país, a sua casa, a sua religião, o seu prazer pessoal. Preocupam-se – e alertam-nos, caso fosse necessário –, para as consequências das guerras que estão a acontecer e as que porventura se avizinham, o agravamento das assimetrias como a parte mais negativa da globalização, e os vários modos de violência que surgem no Mundo actual. A todos é comum a denúncia da injustiça e de que é imperativo que algo mude. Nada poderia estar mais afastado da utopia que este estado de ruínas e, no entanto, estes autores fazem-nos crer que, de entre a desordem, a esperança é a alternativa. Agradeço aos autores e ao António Pinto Ribeiro, coordenador deste projecto, e confio que o percurso, que agora se inicia, se desenvolva e frutifique nas plataformas seguintes, com uma participação alargada e estimulante da descoberta e da intervenção criativa. Emílio Rui Vilar

5 comentários:

Anónimo disse...

E assim vai o mundo!
Sempre para melhor.
Então sr. virgilio fugiu para aqui!
Gostei da sua prosa.
Só tenho pena que a malta de esquerda em Portugal defenda a ideologia mas depois a prática é mais capitalista.
Talvez faça parte da teoria das contradições.
Zé Nabo

Anónimo disse...

Olhe que para quem está doentinho está cá com uma prosa! Vai lá vai, que até a honestidade intelectual abana!!!

Anónimo disse...

A rapaziada cá do burgo é lixada.
Diria mais do piorio.
São capazes d matar a mãe e fazer de conta que não nada com eles.
Só cá faltava esta piadinha de mau gosto do doentinho.
Oh doente andamos todos nós, com o país de merda que temos.
Num dia gritam que a econima está em recessão e o investimento diminui.
No dia a seguir a economia começa a dar sinais de retoma.
De uma vez por todas organizem-se.
Isto assim é que não dá para trabalhar.
Merda de país!

Anónimo disse...

Oh artista vê lá se o doentinho te pega a doença para agravar as que já tens, principalmente no interior da caixa craneana e te afecta os neurónios.
Ainda dás entrada como efectivo no Júlio de Matos e se lá não tiveres lugar no Sobral Cid ou em Lorvão.
E vais de Mercedes para ser mais depressa.
Lérias.

Anónimo disse...

Até parece que é mentira!!!
O que vale é que enfiam todos a carapuça!!!