20 de Outubro, 21H30, Auditório Fernando Lopes-Graça
I Parte
- CANÇÕES REGIONAIS PORTUGUESAS – SÉRIE I (AUDIÇÃO INTEGRAL)
Os primeiros contactos, estruturados, com a música folclórica portuguesa teve-os Lopes-Graça em Paris, em 1940, através da leitura do livro Cantares do Povo Português, de Rodney Gallop, (Lisboa, 1937). O entusiasmo com que recebeu esta obra ficou registado numa crónica escrita para a revista Seara Nova, onde afirmava:
[Cantares do Povo Português] Resultou um trabalho em que pela primeira vez, segundo nos quer parecer, é a canção popular portuguesa recolhida e estudada com verdadeiro critério científico (...) Ela não é apenas o sol-e-dó em 6/8, que quase todos os nossos folcloristas nos têm apresentado.
Foi também em Paris que encontrou Lucie Dewinsky, cantora especializada na interpretação de canções populares em versão de concerto, de quem Lopes-Graça foi pianista acompanhador, situação que o viria a motivar para os seus primeiros trabalhos com as canções populares portuguesas registadas por Gallop.
Dez anos passados, foi no seio do “Coro do Grupo Dramático Lisbonense”, organização coral fruto da militância política unitária e circunstancial do Movimento de Unidade Democrática (mais tarde Coro da Academia de Amadores de Música) que, ao lhe ser interdita a execução do repertório de intervenção conhecido como “Canções Heróicas”, sugeriu aos coralistas a execução de um repertório centrado no tratamento de recolhas folclóricas o qual, em sua opinião, não abandonava mas antes complementava, as intenções patrióticas perseguidas pelo coro com as Canções Heróicas.
Foi assim que, ao longo de décadas se dedicou à recolha (com Michel Giacometti) e posterior harmonização do mais importante acervo de canções populares, em versão a capella, do nosso País.
Se de inicio este repertório foi destinado ao Coro de Amadores de Música, ao longo dos anos a sua utilização foi-se alargando a todos os coros amadores deste país e, por intermédio deles, ao Povo de Portugal, sua fonte primária e seu final dedicatório.
Vinte e Quatro foram os Cadernos de Canções Regionais Portuguesas para coro a capella, que compôs.
O iniciar o Ciclo Lopes-Graça 2006 – Cantar Natal, em Tomar com a apresentação integral da I Série de Canções Regionais Portuguesas harmonizadas para Coro a Capella do compositor tomarense tem, assim, uma importante carga simbólica.
Datado de 1953, neste caderno encontramos canções da Beira-Baixa, de Trás-os-Montes, da Serra da Estrela e mesmo de locais que não se registaram…
Nele podemos encontrar uma grande variedade de processos e técnicas de composição. Desde aqueles que, à primeira vista, nos podem parecer pitorescos ou orfeónicos, como o caso de Maria da Conceição e Malhão de Almaceda mas que, uma leitura e execução cuidada, nos revelam a intenção de reforço e enquadramento do próprio texto das canções, até harmonizações impregnadas do frenesim da modernidade musical, com utilização de politonalidade e ultra cromatismo, como o caso de “Na haste do Castanheiro ou Oh, Feliz Cadeia”, para não falar dos pequenos monumentos polifónicos como “O Milho da nossa terra” ou “Canção da Vindima”, onde o carácter de canção de trabalho é de tal forma reforçado, que faz daqueles espécimes autênticos hinos ao Povo de onde emanam.
Mas é sobretudo a audição integral de todo este Caderno por um Coro Amador, que cria uma unidade de atmosfera artística e simbólica capaz de transportar uma carga estética quase mágica.
II Parte
Tomar 1. A Minha Terra. 2- Festa dos Tabuleiros
e outras canções corais
Na segunda parte deste concerto tem especial destaque a penúltima obra coral escrita por Fernando Lopes-Graça – Tomar, sob poemas do seu amigo Fernando Araújo Ferreira. Trata-se, por isso, de uma dupla evocação.
Desde que Fernando de Araújo Ferreira, em 1960, falou em “encomendar uma obra a Lopes-Graça” que tal ideia ficou a pairar no céu de Tomar. A encomenda da obra musical acabou por ser foi feita pela Câmara AD, em 1981, aquando das comemorações em Tomar dos 75 anos do compositor e tinha como finalidade, segundo se afirmava, reforçar o património do município por um lado e deixar vincada – Tomar como terra-natal do compositor.
Quanto à obra encomendada, nunca se chegou a nenhuma conclusão. Existiu uma troca de correspondência sobre o assunto, onde Lopes-Graça terá deixado claro que o preço de tal encomenda variava com o tipo e género de composição que a Câmara desejasse encomendar, isto é, se quisesse um obra para orquestra, de música de câmara, canto e piano etc., indicando Lopes-Graça, nessa carta de resposta os respectivos custos para cada género musical.
Se tal carta terá tido resposta por parte da Câmara é que é questão de difícil comprovação.
No espólio da correspondência do compositor pode-se encontrar uma outra carta, da Câmara de Tomar (17/1/84), em que Amândio Murta afirma:
(…) venho solicitar-lhe o obséquio de transmitir os termos e os dados em que se poderia basear e definir o contracto para a execução de tal obra. Lamento que, por razões de qualquer indefinição ou descuido dos serviços a que foi cometida tal missão, se tenha chegado a este atraso.
Como neste país, mudam as Câmaras e mudam as vontades, o assunto foi sendo esquecido e nenhuma outra Câmara Municipal voltou a falar da encomenda de uma coisa que ninguém sabe o que é, nem para que serve.
Foi durante umas comemorações do 10 de Junho de 1991, em Tomar, para as quais Lopes-Graça é convidado e onde o Coro Canto-Firme apareceu a cantar, durante as cerimónias, não só o hino nacional como algumas canções corais do compositor que Lopes-Graça, em amena cavaqueira, disserta pela primeira vez, acerca da possibilidade de escrever uma peça coral que de alguma forma fosse representativa da sua ligação a Tomar e substituta da suposta e não concretizada encomenda da Câmara.
O compositor serviu-se então de um livro de juventude do seu amigo Fernando Araújo Ferreira, com o título “Poemas Dispersos”. A obra que tem como cabeçalho a dedicatória “Ao Coro da Associação Canto – Firme”, foi elaborada a partir de dois poemas – 1. A minha Terra (fragmento) -; - 2. Festa dos Tabuleiros - e foi escrita para soprano, contralto, tenor e baixo, com alguns pequenos solos de permeio.
Em toda a linguagem da obra se vislumbra a sombra de Bela Bartok. Sem qualquer concessão ou fuga a dificuldades. Assim, Lopes-Graça acabou por deixar registado na sua tábua de obras a ligação à sua terra natal… ligação abençoada por uma sua importante referência - Bela Bartok.
António de Sousa
1 comentário:
---> Declara "Guerra" ao Parasita Branco [...Palhaços-Éticos europeus...]
---> Isto é, reivindica o Legítimo Direito ao SEPARATISMO:
-> a constituição de Espaços de Reserva Natural - para a preservação das Identidades Étnicas Autóctones.
{ ver: separatismo-50 }
--- Todos Diferentes!... Todos Iguais!...
--- Isto é, todos os Povos do Planeta - inclusive os de menor rendimento demográfico, inclusive os economicamente menos rentáveis - devem possuir o Legítimo Direito de ter o SEU espaço no Planeta.
--- O Parasita Branco pretende andar no Planeta a Curtir mão-de-obra servil imigrante ao 'preço da chuva'... e a... Curtir a existência de alguém que pague as Pensões de Reforma [apesar de... nem sequer constituírem uma Sociedade aonde se procede à Renovação Demográfica!!!]
----------> Consequentemente, o Parasita Branco é INTOLERANTE para com a existência de Reservas Naturais de Povos Nativos... pois... a Ocupação da Europa por outros Povos - SUBSTITUIÇÃO POPULACIONAL - deve ser considerada algo de «perfeitamente natural»...
--- O Parasita Branco é um autêntico Palhaço-Ético: eles não falam nos HOLOCAUSTOS cometidos para benefício do Desenvolvimento Económico! --> um exemplo: muitas Tribos Nativas Americanas eram economicamente pouco rentáveis [eram nómadas que acompanhavam as migrações dos bisontes]... consequentemente... o EXTERMÍNIO TOTAL dessas Tribos [e consequente ocupação desses territórios por Povos (Raças) economicamente mais rentáveis - SUBSTITUIÇÃO POPULACIONAL] foi 'bom' para a economia...
Ganda noia.
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