quarta-feira, janeiro 16, 2019

António Costa e a ''estória'' dos sobreiros no Pinhal de Leiria

                                                                                 regiaodeleiria.pt

Em resultado de violento incêndio, em Outubro de 2017, o extenso e verdejante Pinhal de Leiria ficou negro que nem tição, em cinzas, desolação total, desativado da função para que terá sido criado. Diz a história que o rei D. Afonso II o terá mandado plantar de forma a proteger o território da invasão das dunas.
                Animado pela benfazeja recuperação do histórico e verdejante pinhal, o Governo, ao mais alto nível, de primeiro-ministro, decidiu animar as hostes, incentivando à reflorestação, plantando sobreiros, enfrentando mesmo o piso arenoso. Patriótica comitiva terá batido palmas, o gesto valia pela boa intenção. Após a emblemática cerimónia, os governantes foram-se à vida, ficaram os sobreiros, jeitosinhos, rebentos viçosos.  
                Adivinham-se depois normais contumácias entre os diversos serviços sobre a quem competia regar os sobreiros. Uns porque não lhes tinham sido delegadas competências para isso, outros porque não havia autorização para meter combustível nos carros de serviço, outros porque “quem os plantou que os regue”, outros porque valia mais esperar que chovesse.
                Diz agora o “Público”, edição de segunda-feira, 14 de Janeiro, que os sobreiros morreram. Tão simples quanto isso - morreram. Decerto por não terem sido regados. No editorial do jornal, Manuel Carvalho refere que “para salvar a face e evitar o anátema da propaganda, o primeiro-ministro tem uma solução: um inquérito aos responsáveis do pinhal. Vai ser interessante saber quantas vezes adubaram, regaram e limparam o souto idealizado no pinhal”. Dizemos nós, caso seja realizado esse inquérito, já se sabe o resultado: os responsáveis passam culpas uns aos outros, desculpando-se que os sobreiros deviam eles próprios ir beber água à fonte.                
                Moral da história - Neste ano eleitoral, governantes decerto desaustinados a plantar árvores no sentido de motivar reflorestações, a sugestão é a de optarem por espécies que não necessitem de ser regadas. 

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