Tomar. Ontem. Domingo. Grupo reunido na largo traseiro da
biblioteca municipal, organização do Calma. Após uns dias de chuva, manhã
soalheira. Benfazejo ensejo a uma caminhada. Palpites de que o clube detém o
número celestial do telemóvel de São Pedro, daí manhã plena de sol. Caminheiro tipo
novo testamento opina que o são Pedro só gere as entradas no céu, quiçá presidente
do júri das alminhas a admitir. Há testemunhos a garantirem que só entram 300
mil, meia dúzia de campos de futebol dos grandes. Sorte de tempo, resumiram os
mais dados à crueza terrena. A cada um as suas convicções.
Andando,
a caminhado de Alvaiázere. Mais um dos percursos que fazem deste concelho um dos
privilegiados na descoberta dos segredos e mistérios concedidas pela prodigiosa
natureza. Alvaiázere, centro de vila ladeado por moradias solarengas, relíquias
de mansões, espelhos de história.
Início
da caminhada. Carreiros empedrados. Imaginam-se antigos almocreves (como
descreveu Aquilino Ribeiro, “Terras do demo”) calcorreando encostas, mulas
bravias, carroças reforçadas, a proverem o reabastecimento dos povoados
perdidos, o comércio dos produtos alimentares, das lavouras, agora referenciadas
no azeite e no queijo.
Subidas
agrestes, pisos empedrados, vales profundos, ribeiras vazias de leitos revestidos
a lajedos. Convidativo aroma das plantas com que se temperam as azeitonas. Manhã
inteira repleta da salutar fragrância das serranias, vigorosos arvoredos,
sossego dos enredos.
Regresso
a Tomar, almoço no Pereiro. Cada dose a servir substância reforçada,
alternativas do bacalhau, polvo, picanha, costeleta de novilho. Naturalmente o
vinho.
Então queriam que, após uma dura caminhada
de 10 quilómetros, se bebesse coca-cola? A água bebe-se no decorrer da caminhada.
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