montenegro.travel
Face à guerrilha relativa ao saque da
liderança na aldeia dos Saciais Debochachas, instalados nas bordas do rio, alegadamente
porque o atual chefe, o Rio Seco, é assaz qualificado de demasiado manso para
evitar o domínio da aldeia opositora, na outra margem, os Chucha Listas, dizem
os doutos (doutros) jornais nacionais, que o putativo candidato a chefe, eriçado
Monte Negro, propôs de imediato, mesmo imediatamente, a contagem de
espingardas, duelo mesmo de setas, lembrando o povo o conhecido chavão “A gente
não é capaz de contar os índios quanto mais as setas”. Daí, o chefe, Rio Seco,
sentou-se à fogueira, jornalistas à volta, a beberem um cálice de cachaça (schnaps),
bramando aos ventos “Vamos contar as espingardas mas só dos que se sentam à minha
mesa, a comer os bifes de boi assado”. Deduzindo o povoléu “Pois, se os pés
descalços quiserem usar espingardas que vão para o Brasil”.
Chamado
a dirimir a contenda, o iluminista, Jubilado Martelo, comprometeu-se a ouvir as
partes e tentar fumar com eles o cachimbo da paz, catrapaz, paz, paz, tentando
que a tribo não dê tanto o flanco à costa, ou ao Costa. Na sua dominical missa
do galo, o conhecido beato, Marques Mentes, Mentes, assumiu que, contadas as setas,
nesta aldeia do dos Saciais Debochachas se corria o risco de ganharem os dois,
Rio Seco por um lado, Monte Negro por outro. Candidato a chefe, Monte Negro, porque
se afirmava, chefe Rio Seco porque reforçava o caudal. A maioria do povoléu
garante que os contadores de setas se predispõem a pedir chuva, guerra tenda a
tenda, cada corifeu sem elucidário. Daí que o folhetim mentirológico da aldeia
anuncie chuva para o resto da semana. Quiçá trovoadas secas, ou secas de
trovoadas noticiosas.
Os
feiticeiros das balelas garantem que a chuva negra pode perdurar até depois da
contagem das setas, atiradas às urnas, caso se confirmem os sinais de fumo no
sentido de que a aldeia vai dar à costa, ao Costa.
Sem comentários:
Enviar um comentário