À noite, no “Tabernáculo
do rio”, junto à ponte velha, o grupo Ophiussa Teatro a apresentar uma
recriação da época queirosiana, sendo servidos pratos alusivos: galinha afogada
em arroz, cabidela de frango do campo, coelho guisado à moda da porcalhota,
lombo assado com pêssegos de Elvas. A abrir o apetite, fica a prosa de Eça de
Queiroz relativa a um tal arroz de favas.
[…] E pousou sobre a mesa uma travessa a
transbordar de arroz com favas. Que desconsolo! Jacinto, em Paris, sempre
abominara favas! … Tentou todavia uma garfada tímida – e de novo aqueles seus
olhos, que pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga
garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado:
– óptimo!… Ah, destas favas, sim! Oh que
fava! Que delícia!
Eça de Queiroz, in A Cidade e as Serras
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