Em 2018 cumprimos um
dos nossos grandes objectivos, fomos ao IKEA. Fomos de boleia, mas fomos a esse
santuário do móvel e afins. Até então sentíamo-nos frustrados por sermos dos
raros portugueses que ainda não tínhamos ido ao Vaticano dos armários, camas e
adereços para a sua casa, como ir a Roma e não ver a sala de estar do Papa.
Quando
dizíamos a alguém “Nunca fui ao IKEA”, o interlocutor não acreditava,
retorquindo perplexo “ Nunca foste ao IKEA?”, olhando-nos de soslaio, como se
sofrêssemos de lepra ou alergia à evolução, como se fôssemos um tomarense a
declarar nunca ter ido à Corredoura ou nunca ter visto o rio Nabão.
Percepcionámos
então que nunca seria ganhador de eleições à câmara municipal um candidato que respondesse
à pergunta:
- Que
pensa da vinda do IKEA para a cidade?
- Para
ser sincero, nunca lá fui.
Perante
esta resposta do incauto candidato, decerto a opinião pública recalcitraria:
- Olha
o triste, coitado, nunca foi ao IKEA e quer ser presidente da câmara…
Em
termos de minorar esta nossa insuficiência, ainda propusemos que fosse constituída
a tertúlia dos que ainda não tinham ido ao IKEA, assim como existe a tertúlia dos
não fumadores e dos não bebedores de champanhe francês.
Sendo
assim, como já fomos ao IKEA, acreditamos poder ser sérios candidatos a vencer
as eleições para nossa comissão de moradores, ou da comissão organizadora do
torneio da bisca.
Para a
próxima campanha eleitoral, fica o alvitre da junta de freguesia junção de não
sei quê organizar uma visita de estudo ao IKEA, naturalmente autocarros pagos
pelo erário público.
Vamos a
isso, antes seja nunca.
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