No Público de domingo, 21 de Maio dizia:
«Recebi uma carta assinada por três ministros (a sra. Ministra da Cultura, a sra. ministra da Educação e o sr. ministro Santos Silva), que me convidava para ser membro de uma Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura. [...] Propaganda por propaganda, resolvi responder em público que não aceito. Por várias razões. Em primeiro lugar, porque a carta e a “síntese do Plano” estão escritas num português macarrónico e analfabeto (frases sem sentido, erros de sintaxe, impropriedades, redundâncias, por aí fora). Quem escreve assim precisa de ler, e de ler muito, antes de meter o bedelho no que o próximo lê ou não lê. Em segundo lugar, não aceito por causa do próprio Plano. O fim “essencial” do Plano é “mobilizar toda a sociedade portuguesa para a importância da leitura” (a propósito: como se “mobiliza” alguém ‘para a importância’?). [...] Em terceiro lugar, não aceito porque o Plano é inútil. Nunca se leu tanto em Portugal. Dan Brown, por exemplo, vendeu 470 000 exemplares, Miguel Sousa Tavares, 240 000, Margarida Rebelo Pinto vende entre 100 e 150 000 e Saramago, mesmo hoje, lá se consegue aguentar. O Estado não gosta da escolha? Uma pena, mas não cabe ao Estado orientar o gosto do bom povo. No interior, não há livrarias? Verdade. Só que a escola e a biblioteca, ainda por cima “orientadas”, não substituem a livraria. E um hiper-mercado, se me permitem a blasfémia, promove a leitura mais do que qualquer imaginável intervenção do Estado. O Plano Nacional de Leitura não passa de uma fantasia para uns tantos funcionários justificarem a sua injustificável existência e espatifarem milhões, que o Estado extraiu esforçadamente ao contribuinte. Quem não percebe como o país chegou ao que chegou, não precisa de ir mais longe: foi com um número infinito de “causas nobres” como esta. “Causas nobres”, na opinião dos srs. ministros, convém acrescentar.»
1 comentário:
Para que o socialismo estivesse serviço do capitalismo era necessário que a organização
PS/Socras, Ldª fosse socialista.
Mas a verdade é que estes ditos socialistas NÃO O SÃO.
Quando muito socialeiros e fracos !
Portanto Sr Caravaggio não se desiluda e nem se surpreenda.
E o curioso é que o Ministro Correia de Campos foi membro do V Governo Provisório de Vasco Gonçalves - o tal Govermo apodado de comunista e que gerou forte oposição do PS/Soares.
Como as pessoas mudam com o tempo que passa.
Enfim... socialeiros !!!
Quanto às maternidades bancárias ou seguradoras também não será surpresa.
Assim os miúdos começam logo a gostar do capital e ficam bem seguros, tudo em nome do socialismo democrático e de rosto humano.
Vivó PS.
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