domingo, maio 07, 2006

A Saúde Está Primeiro

Nota do BE sobre a reestruturação do CHMT

O Conselho de Gerência do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) apresentou ao Ministério da Saúde um estudo sobre a procura de cuidados de saúde no Médio Tejo. Desse estudo resultou uma proposta, também já entregue à tutela, sobre a reorganização do Centro Hospitalar e que levanta naturais preocupações às populações e aos autarcas da região. De facto, não sendo conhecidos os contornos dessa proposta, receia-se que, no contexto actual, ela vise unicamente a redução dos gastos, à custa de redução do nível de prestação dos cuidados médicos.
Dos dois requerimentos sobre este assunto, dirigidos por deputados do Bloco de Esquerda ao Ministro da Saúde, um não teve resposta e o outro mereceu uma resposta evasiva. Assim como foram pouco esclarecedoras quanto ao futuro a duas reuniões do Conselho de Gerência do Centro Hospitalar com autarcas de Tomar e de Torres Novas. Justificam-se, pois, todas as preocupações.
Neste quadro, o Bloco de Esquerda considera oportuno clarificar, desde já, as condições que considera indispensáveis para a reestruturação do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT).

A reestruturação deverá inserir-se numa perspectiva de defesa do Serviço Nacional de Saúde, tendencialmente gratuito, não devendo ser encarado como uma oportunidade para lançar novos encargos sobre as famílias, a título de “comparticipações” ou outros. A reestruturação não poderá constituir um pretexto para mais privatizações de serviços, dentro ou fora das instalações hospitalares públicas.
É aceitável a complementaridade entre os Hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, numa perspectiva de aumento da eficácia e da rentabilidade dos gastos públicos. Simultaneamente, impõe-se melhorar drasticamente a articulação entre o Centro Hospitalar e a rede de Centros de Saúde, colocando os utentes no centro do sistema.
Os ganhos com a complementaridade entre as 3 unidades hospitalares deverão traduzir-se numa melhoria visível do serviço prestado e no aumento global das especialidades disponíveis.
Do ponto de vista dos utentes, o Centro Hospitalar continuará a ter 3 portas, nas 3 cidades. Deverá garantir-se aos utentes que a sua porta de entrada será sempre a sua porta de saída, a não ser que este opte por outra.
Uma vez entrado no Centro Hospitalar, as movimentações dos doentes entre as 3 unidades, se necessárias, deverão ser céleres, adequadas à situação clínica da pessoa e da exclusiva responsabilidade do Serviço Nacional de Saúde.
A reestruturação do Centro Hospitalar do Médio Tejo, assim como as alterações nos Centros de Saúde, deverão garantir um total respeito pelos direitos dos trabalhadores da saúde, nomeadamente quanto à duração e horários de trabalho, remunerações principal e acessórias, turnos e deslocações.
Quaisquer alterações estruturais no CHMT deverão ser precedidas pela divulgação da respectiva proposta e audição dos autarcas da região, conforme o compromisso explícito inscrito na resposta do Ministério da Saúde ao requerimento do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

Tomar, 14 de Fevereiro de 2006
O Secretariado Distrital do BE

2 comentários:

Francisco marques disse...

O importante é o fim desta ideia mercantilista do ser humano, não somos números somos pessoas, se não à médicos façam mais escolas de medicina.

FM

Francisco marques disse...

Ykom

Tens razão no que dissestes, mas a questão deste país é que com esta ideia mercantilista de tudo não é assim que chegamos ao topo da Europa, é apostando na melhoria salarial que lá chegamos, como fez Zapatero que mal ganhou as eleições aumentou o salário minimo espanhol, não é a aumentar o IVA que se resolveu o deficit como se vê, como os hospitais deve-se encarar como objectivo principal as pessoas não estatisticas.

FM