segunda-feira, fevereiro 26, 2007

São as obras de ... Santa Maria

Obra de separação dos esgotos a avançar

Câmara compra terrenos contíguos à igreja de S. Maria

A Câmara de Tomar fechou negócio no final de Janeiro com os proprietários de três terrenos na zona envolvente da igreja de Santa Maria dos Olivais. Os 2086 metros quadrados custaram cerca de 110 mil euros e garantem que neste momento todo o espaço envolvente da igreja (a zona onde se realiza parte do mercado semanal e as traseiras do edifício) seja propriedade da autarquia.
A compra dos terrenos foi feita tendo em vista que a obra de separação dos esgotos domésticos do ribeiro Salgado pudesse ser levada a cabo, uma vez que o curso subterrâneo do ribeiro passa nas traseiras da igreja. Para António Paiva, presidente da Câmara, com esta obra dá-se “um passo decisivo” porque “a água limpa do ribeiro Salgado passa a desaguar no rio e os esgotos domésticos, que até agora vinham misturados, deixam de correr para o Nabão e vão passar a ser tratados pela ETAR de Marmelais, até que esta seja substituída pela ETAR da Zona Industrial.”
A par da compra dos terrenos decorreu a indemnização de 6500 euros à arrendatária de uma arrecadação, também adquirida pela autarquia.

Projecto de arranjos exteriores em discussão

A compra dos três terrenos vem também resolver uma situação que “prejudicava” o que António Paiva chama de “projecto global” para aquela zona.
Terminada a obra de separação dos esgotos estão criadas as condições para que avancem os arranjos exteriores da envolvente da igreja, cujo projecto de execução está a ser discutido no âmbito do Programa Polis.
A estrada que segue para Marmelais passa para trás da igreja para que surja uma praça entre o rio e a torre. Para o presidente da Câmara estas decisões são “consensuais”, tendo em conta as três discussões do Plano de Pormenor do Flecheiro, a última das quais está em curso até 7 de Março. Sem precisar de recorrer à expropriação, “a câmara está livre para, quando tiver o projecto pronto, lançar o concurso e poder executar a obra”, refere o autarca.
Gab. Com. CMT

2 comentários:

Anónimo disse...

A obra é precisa. Mas agora ficar bem acabada e fiscalizada é que duvido. Basta ver as valas abertas e mal fechadas, tampas de esgotos desniveladas ou com profundidade, prédios com zona de jardim a servir de aterro sanitário, lombas já abatidas, com fendas, e pedraria de calçada já à solta e fora os buracos que há por aí. É melhor que as estradas do concelho de Albufeira, mas deviam copiar o melhor e não o pior. A Câmara procura servir pelo melhor mas há muito funcionário que não cumpre porque diz que está "efectivo" e portanto nas tintas.Deplorável!Senhores fiscais arregaçem o engenho e a vista e sejam rigorosos, ou têm alguma avença extra-câmara tipo "Felgueiras"?

Anónimo disse...

TOMARENSES TEMENTES E TOLERANTES -
Por Rui Ferreira



Um grupo de Tomarenses veio recentemente manifestar o seu receio perante uma futura intervenção de restauro na Janela do Capítulo. Quais anónimos guardiões do património Nabantino, temem a possibilidade de que gestos insensatos possam deitar a perder tudo aquilo que Diogo de Arruda e seus operários erigiram no século XVI.



Foi preciso coragem para, munidos apenas de boa vontade e do mais básico desconhecimento sobre problemas da pedra, proferir enormidades como as que se leram a semana passada. O artigo em questão fez absurdas considerações sobre o estado de conservação, metodologias de restauro e natureza dos problemas da Janela Manuelina.



É claro que os excrementos de aves e a vegetação constituem um problema em qualquer edifício. Já os "líquenes" são outra matéria. As suas origens são diversas, como vários são também os tipos de danos que causam. É preciso estudar o assunto. Efectuar testes, levantamentos de patologias, isto é fazer um mapa dos problemas, qualificando-os e quantificando-os, para seguidamente propor métodos de intervenção em todo o edifício Manuelino, e não apenas a Janela. Estes métodos tanto podem ser manuais como mecanizados, podem usar-se tecnologias da era espacial ou do tempo dos afonsinhos. Como diria um dermatologista sobre a nossa pele, cada caso é um caso. Nada de pânico e sobretudo evite-se a auto-medicação.



Estes "Tomarenses ligados há muitos anos ao Monumento" deverão ficar tranquilos, pois os "franceses da agulheta" eram meros pedreiros armados em "restauradores".



Hoje em dia há Conservadores-Restauradores formados. Alguns muito bons e alguns formados aqui em Tomar.



Vejam a intervenção de restauro ocorrida na Ermida de N. Srª. da Conceição. Acham que ficou boa? Eu acho que sim. Pena é que passado algum tempo, por altura de uma passagem de ano, salvo erro, houvesse um ou vários idiotas que se lembraram de lá instalar dispositivos pirotécnicos. Lá restaram, tanto no chão como no edifício, umas manchas de chamusco, mas a festa foi linda pá!!



É bom saber que existe massa-crítica, que há cá gente atenta a possíveis atrocidades no património. É pena que não se expressem sobre outros problemas similares…, olhem por exemplo o facto de futuramente a Igreja de Santa Maria dos Olivais ir suportar uma rodovia a poucos metros da sua cabeceira; ou porque tarda um museu da história de Tomar; ou então questionar o acompanhamento arqueológico que tem sido feito às obras na cidade, nomeadamente exigindo resultados, publicações, comunicações, factos, sei lá, qualquer coisinha para a malta encher a alma Nabantina.



Em suma, é de louvar que nos preocupemos com o património, desde que o façamos de modo consciente, objectivo e sobretudo universal. Não há património de segunda classe, apenas um todo. O nosso passado, (o dos Tomarenses) é feito de pequenas jóias da coroa e seria muito triste que de repente ficássemos "hipnotizados" apenas por uma, a tal ponto que se eleve essa coisa aos píncaros e se desleixem outras bem mais ameaçadas pelo simples facto de serem menos conhecidas ou não fazerem, convenientemente, parte do vocabulário dos políticos.