segunda-feira, abril 17, 2006

Foi da Bomba ...!

A carta de João Janes que a seguir transcrevemos na íntegra, fala por si. Publicamo-la com autorização do autor, para que possa servir de alerta a todos os consumidores de combustíveis.

''Subject: Protesto contra a Galp
To:
Drªa Ana Tapadinhas

Chamo-me João Janes e sou Jornalista da TSF. Não é pelo nome nem pela profissão que lhe dirijo este mail, mas sim, para dar conta enquanto cidadão deste país da situação que estou a viver"graças" à Galp.
No dia 2 de Fevereiro de 2006, atestei o meu carro com gasoleo ( à volta de 48 litros), na estação de serviço da auto-estrada de Cascais (A5) sentido Cascais-Lisboa. Um dia depois, o carro em plena rua em Oeiras parou. Chamei o reboque e foi para a oficina onde habitualmente costumo ir com o meu carro. Uns dias depois, porque a oficina não tinha disponibilidade temporal para resolver de imediato o meu problema, telefonaram-me a dizer que tinha sido a bomba injectora do carro que tinha rebentado ( estava cheia de água e as próprias peças danificadas devido a essa mesma água). Até aí, tudo bem, uma vez que as bombas dos carros também se gastam. Numa segunda-feira ( passados já mais ou menos 10 dias ) vou ao mecânico buscar o carro quando este me diz que afinal o problema devia ser outro porque não conseguiam que ele funcionasse. Fomos à Opel ( SGA em Paço de Arcos ) e feito check-up no computador, deu como avaria a bomba injectora ( estamos a falar de uma peça que custa quase 3000EUR). O fornecedor da bomba foi informado e optámos por enviá-la a quem a tinha vendido. Este, não muito convencido da falha do material que tinha acabado de vender, resolveu abrir a bomba para detectar a avaria. E o que viu? A bomba cheia de água novamente. O meu mecânico optou por despejar o depósito do gasóleo e para espanto de todos os que estavam presentes, o gasóleo tinha água. Por defeito de formação, tentei despistar se seria possível o gasóleo ter água misturada e informei-me junto da concorrência da Galp. Contactei um dos maiores revendedores da Repsol a quem expus o caso sem nunca referir o nome da gasolineira, ao que ele me disse, que sim, que era possível, que inclusivamente já lhe tinha acontecido num dos postos de abstecimento dele, e que tinha a ver com acumulação de humidade nos depósitos e que depois se juntam ao combustível. Não é uma situação normal, porém, acontece, e pelos vistos na Galp, não é assim tão anormal esta situação uma vez que pelo que apurei já no ano passado situação idêntica se passou com mais de uma dezena de carros a serem afectados. Mais, o meu amigo da Repsol contou-me que o procedimento correcto nestas situações, é o lesado apresentar a reclamação e a gasolineira assumir por inteiro as despesas. Inclusivamente, este revendedor da Repsol acrescentou que quando teve essa situação no posto dele, tratou de disponibilizar um carro ao cliente e pagou-lhe todas despesas. A par desta situação não me restou alternativa senão contactar a Galp, posto da AE Cascais sentido Cascais-Lisboa. Foram muio simpáticos no atendimento e disseram-me para eu apresentar um relatório do mecânico e apresentar o orçamento, o que eu fiz de imediato. Passados 10 dias, e porque não me diziam rigorosamente nada, voltei a contactar a supervisora do posto, D. Cristina de Jesus, que me disse ter entregue toda a documentação ao coordenador do Serviço de Clientes que me irira contactar nesse mesmo dia. Já passaram mais 8 dias e nada! Posto isto, estou ainda sem carro nesta altura porque a avaria não se resume á bomba injectora. Como o carro, neste caso, carrinha Opel Astra, tem um motor onde abundam as componentes eléctricas, o facto de ter entrado água no circuito, danificou todo o sistema eléctrico, descomandando mesmo a centralina ( nome técnico para a caixa codificada que distribui a informação ao motor). Já passou mais de um mês, já esgotei o meu plafond a alugar carro ( aluguei um carro de categoria mais baixa que o meu e só mesmo depois de saber que a culpa da avaria tinha sido da Galp) e não tenho uma única indicação da Galp. Só em arranjo do carro, reboques a mudar de um lado para o outro, aluger, etc, já lá vão mais de 5000EUR e da Galp, nem uma palavra.
Pior: não sei quando terei o carro pronto nem se fica em condições como me disseram na Opel, já que água no circutio elétrico de um automóvel é pior que um isqueiro num depósito de gasolina. Sinceramente não sei para onde me hei-de virar de forma a conseguir resolver este assunto a bem! Os tribunais todos nós sabemos são lentos, a Galp com a força de uma grande empresa, não tem um mínimo e consideração por quem, devido a uma falha deles, pagou gasóleo e levou água! Todas as facturas, e os relatórios estão na posse da Galp que opta pelo silêncio, numa clara tentativa de me vencer pelo desgaste, como é norma acontecer neste país. Daí eu ter recorrido à Deco, na esperança de conseguir algum avanço na resolução do meu problema ( que não deverá ser só meu já que quantas pessoas não têm avarias destas e não têm sequer a mínima noção do que lhes aconteceu). Eu, no meio do azar, tive sorte, ao "rebentar" a segunda bomba injectora, que levou a que o mecânico retirasse o gasóleo do depósito e visse a água, senão, tinha pago o arranjo e nunca sonhava que tinha sido esse o problema do carro. Como Jornalista da TSF e director de uma outra publicação, vivo do meu carro, já que tenho de me deslocar com muita frequência de um lado para o outro. O desgaste emocional, o dinheiro gasto, o que tenho deixado de fazer com prejuízo para a minha vida pessoal e profissional é algo que não consigo contabilizar em euros, mas digo, que representa muito dinheiro. Deixo à consideração da Drª Ana Tapadinhas esta queixa na esperança que este consumidor possa ser ressarcido de um enorme prejuízo que tem tido sem ter culpa alguma de ter escolhido a galp em vez de outra gasolineira. Termino com mais esta informação: o gasóleo que estava no depósito está na oficina Luis & Fernandes Lda, na rua de S. Paulo , em Oeiras ( tel:214439369 ), cujo mecânico é o sr. Paulo, assim como a bomba injectora para que qualquer especialista nesta área possa confirmar ou não da veracidade dos factos.
Os meus cumprimentos
João Janes''

2 comentários:

Anónimo disse...

Julgo que por este motivo e pelo preço actual dos combustíveis, deveríamos fazer um boicote ao consumo de combustíveis da Galp... talvez assim alguém tivesse olhos para ver o que andam a fazer à qualidade de vida dos portugueses.

Anónimo disse...

Boicote.
À GALP, à Repsol, à BP.
Ao GOVERNO.
Recorde-se que foi um Ministro chamado Carlos Tavares (PSD) quem - há mais de dois anos - liberou o preço dos combustíveis (anteriormente fixados pelo Governo) para - dizia ele - permitir a concorrência e, com ela a baixa dos preços.
Afinal, está à vista de todos a "golpaça".
O mercado funcionou mas sempre contra os consumidores, porque há uma espécie de cartel.
É só ver o filme: hoje sobe a GALP, amanhã ou depois sobe a BP e nesse dia ou no seguinte sobe a Repsol.
Vão subindo uns "pósinhos" - um cêntimo, doi cêntimos.
Descem um cêntimo e depois por duas vezes sobem três.
E há ainda o Estado que "empocha" de imposto mais de 60% do valor.
Ah ! E o imposto vai subir em Junho. Sabiam ?!
Pois é.
A guerra nos Balcãs, a do Iraque, agora o problema do Irão, amanhã as "pulgas" no deserto, depois os camelos em Wall Treet, etc.
Pois é.
Quem se licha sempre é o mexilhão.
E vovó Socras e toda a família de neo liberais.
Está claro ?
É só usar a cabeça, pensar e depois concluir.